sábado, 4 de julho de 2009

Manhã de Sábado


Manhã de Sábado

Manhã de sábado. Mês de julho.

A chuva bate na janela. São 5h50m da manhã e nem sinal do sol para iluminar o (meu) dia.

Sinto cala-frios por todo o corpo. Reflexo da temperatura mais baixa neste começo de sábado chuvoso de (inverno) julho, mas também causado pela ansiedade misturada à frustração que corroem o (meu) ser.

As noites são longas e inquietas. Acumulo sonos mal dormidos. Sonhos que (me) despertam em choro. Esperança que (des)afoga em desespero.

Desperto cedo. Na expectativa de que um novo dia traga uma nova vida. Que os raios de sol tragam consigo muito mais que a energia termosolar. Que (me) iluminem a vida. Que sejam raios de esperanças renovadas. De um novo começo. Um despertar renovado. Como se tudo começasse do zero e todo o passado tenha ficado para trás, esquecido, superado, tanto quanto uma vida pregressa, da qual sequer temos lembranças.

A realidade, contudo, é dura. Implacável. Inevitável.

Acordo dia após dia com o mesmo desejo. Acordo dia após dia com a mesma decepção. Acordo dia após dia sentindo a mesma dor do vazio de quem viu escorrer pelas mãos parte significativa de sua vida.

É manhã de sábado. 6h17m. A chuva insiste em cair.

As gotas da chuva acompanham o ritmo das lágrimas que escorrem pelo (meu) rosto. Incessante. Incontrolável.

Ouço a água bater na janela. Ouço meu coração bater desafortunadamente.

Pergunto(-me) se isto terá fim. Quanto tempo mais hei de sofrer de tal maneira pelos erros que eventualmente (eu) tenha cometido.

Olho ao (meu) redor. Olho (para mim) à procura de algo que (me) conforte. Não vejo nada. Nada que (me) dê forças para suportar essa provação. Nada que (me) faça crer na felicidade. Nada que (me) traga a esperança de volta.

Olho ao (meu) redor. Observo o (meu) quarto. Vejo a cama: convidativa, tentadora. Ela (me) chama ao seu encontro. Com a promessa de que nela terei, pelo menos, a possibilidade de (adormecido) fugir da realidade.

Reconheço na cama o (meu) único abrigo. Um refugio. Uma fuga. Dormir para fazer o tempo passar. Para que este (novo) velho dia, igual aos demais, seja (um pouco) mais curto.

Dorme, dorme, meu menino...

Um comentário:

janeturrer disse...

Nossa Emanuel.....não sabia que vc escrevia, hoje fucei seu orkut e abri seu blog! E a frase que vc colocou no orkut me chamou atenção!
justamente por me identicar com esse seu sentimento tambem.....
parabens! e um grande abraço!
jane turrer