Platéia silenciosa /
Silêncio! /
Platéia em êxtase /
Sonhos, fantasias /
Realidade fictícia /
Ficção factual /
Loucura, insanidade /
Tentativa de fuigr ao Consentimento Manufaturado. /
Aqui poderão ser encontrados textos de minha autoria, de diversos temas e diversas abordagens.
Um amigo fez o levantamento de alguns números relacionados ao trabalho do Vitor Pereira à frente do FC Porto.
Achei interessante analisá-los.
Vamos a eles.
O FC Porto, até o momento, já realizou 40 jogos oficiais na temporada 2011/12, venceu apenas 24 vezes, empatou 8 e perdeu 8 (!!!).
Campeonato - 24 (17v, 6e, 1d)
Taça de Portugal - 2 (1v, 1d)
Taça da Liga - 4 (3v, 1d)
Supertaça Portuguesa - 1 (1v)
Supertaça Europeia - 1 (1d)
Liga dos Campeões - 6 (2v, 2e, 2d)
Liga Europa - 2 (2d)
Total: 40 jogos
V - 24 (60%)
E - 8 (20%)
D - 8 (20%)
O número de vitórias representa apenas 60% dos jogos realizados. Isso quer dizer que o Porto só venceu 6 jogos a cada 10 que realizou (algo inaceitável para um clube do nível do Porto).
Os azuis e brancos, sob o comando de Vitor Pereira, marcaram 79 gols, o que dá uma média de 1,98 gol por jogo.
Se desconsiderarmos os 8 gols marcados ao fraquíssimo Pêro Pinheiro, ficamos com 71 gols em 39 jogos, uma média de 1,8 gol por jogo.
Pior ainda são os gols sofridos: 40. Ou seja, 1 gol por jogo! Certamente é uma das piores médias de gols sofridos nas últimas três décadas.
Se formos comparar com a época passada, aí é que a situação fica mesmo constrangedora.
58 jogos, 49 vitórias (!!!), 5 empates e 4 derrotas. 145 gols marcados e 42 sofridos.
84% de vitórias; uma média de 2,5 gols marcados por jogo; e apenas 0,72 de gols sofridos.
Em termos de gols sofridos, este ano o Porto já foi batido 40 vezes em 40 jogos, quase o mesmo número de gols sofridos em 58 (!!!) jogos no ano passado, que foram 42 - ou seja, apenas 2 gols a mais para 18 jogos de diferença (o que é um absurdo).
Então, paramos e olhamos para o onze "base" da temporada passada:
Helton - continua
Sapunaru/Fucile - Fucile só saiu em janeiro, Sapunaru continua
Rolando - continua
Otamendi - continua
Álvaro Pereira - continua
Fernando - continua
João Moutinho - continua
Guarín/Belluschi - saíram em janeiro, tivemos o reforço Defour (seleção belga) em agosto e a chegada de El Comandante, Lucho González, em janeiro
Hulk - continua
Falcao - SAIU
Varela/James - continuam
Quer dizer, basicamente, em comparação ao ano passado, apenas uma coisa mudou: o treinador.
Mas, colocando alguns números em contraposição, temos:
Vitórias: 60% x 84%
Gols marcados: 1,98 gol por jogo x 2,5 gols por jogo
Gols sofridos: 1 gol por jogo x 0,72 por jogo
Derrotas: 8 (2 a cada 10 jogos) x 4 (em 58 jogos, menos de 1 derrota a cada 10, em termos percentuais)
Esses são os números.
E apenas os números.
É que se não bastassem a pobreza dos números, ainda constatamos a pobreza do futebol apresentado, a falta de fio de jogo quando se está a 6 jogos do fim da temporada e o completo caos tático em diversos jogos e/ou diferentes momentos dos jogos ao longo de toda a temporada.
Em suma, é um verdadeiro pesadelo para todos os portistas.
Admiro-me como o presidente, Pinto da Costa, que recentemente foi premiado internacionalmente como o maior presidente de clubes do mundo, mantém este treinador tão incompetente à frente do FC Porto.
Diria que é inacreditável e incompreensível que este treinador vá terminar a temporada comandando o time do Porto.
Hoje o Athletic Bilbao eliminou o Manchester
United na Liga Europa e chegou aos quartos-de-final de uma competição europeia pela
primeira vez em 35 anos. Por conta disto, resolvi atualizar (e, também,
melhorar, com mais informações) um texto que escrevi há cerca de dois anos e
meio, apresentando este clube tradicional no futebol espanhol e singular, por
tudo o que representa, em todo o mundo.
Apresento-vos um clube de futebol cujo
significado vai muito além do futebol. O Athletic Club Bilbao, ou,
simplesmente, Athletic Bilbao não é apenas um clube, não é mais um time como
tantos outros que existem no mundo do futebol moderno. O Athletic Bilbao é um
ícone, o símbolo emblemático da identidade de seu povo. O Athletic é a
expressão de um povo, é a representação de uma causa, de uma luta... Luta por
liberdade e autodeterminação.
O Athletic Bilbao é um clube basco, ou seja,
situa-se na região do chamado País Basco, na Espanha. Os bascos travam uma luta
histórica contra o poder central de Madrid há séculos, e esta luta ganhou um
corpo nacionalista nos fins do século XIX, com a fundação de grupos
nacionalistas bascos.
Em plena ditadura fascista de Franco, o povo
basco e sua região foram massacrados pela opressora força da ditadura
franquista. Mas o povo permaneceu na luta, e o Athletic Bilbao se manteve de pé.
O Athletic Bilbao, desde o ano de 1911,
prima por um princípio básico: só veste o manto vermelho e branco quem nasce na
denominada Euskal Herria, a terra dos bascos. Isso compreende o País Vasco
(região autônoma espanhola), Navarra e Iparralde (País Vasco francês) - um
exemplo de um jogador francês é Bixente Lizarazu, campeão do Mundo com a
seleção francesa de 1998, nascido na região basca francesa (Iparralde), e que
jogou pelo Athletic (temporada 1996/97).
Além disso, também são aceitos jogadores
DESCENDENTES de bascos (como é o atual caso do venezuelano Fernando Amorebieta,
que joga, inclusive, pela seleção vinotinto;
ou do brasileiro Vicente Biurrun,
que atuou no Athletic entre 1986 e 1990) e jogadores FORMADOS no território
basco, nas "canteras" de algum clube basco (como o goleiro Aranzubia,
por exemplo, de La Rioja, formado no Athletic e que defendeu o clube até o ano
de 2008).
Recentemente, Jonás Ramalho se tornou o primeiro
negro a atuar pelo Athletic. Jonás é basco, filho de uma basca com um angolano.
A sua atuação na vitória frente ao Sevilla em 20 de novembro de 2011 pôs fim a
um mal entendido (digamos assim) por parte de alguns, que creditavam a ausência
de negros no Athletic a uma questão racial (o que nunca correspondeu à
realidade, já que este fato era fruto exclusivo da política de contratação nacionalista
do clube).
Em suma, só quem for da Euskal Herria (ou
descendente daqueles nascidos no que os bascos denominam de Euskal Herria) ou tiver sido formado nas “canteras” de algum clube basco, é que pode jogar pelo
Athletic.
Fundado em 1898, o centenário Athletic é um dos
clubes mais tradicionais da Espanha. Falando em sua fundação, é preciso fazer
uma observação: o clube considera a sua origem em 1898, porém a sua atual
versão remonta a 1903, a quando da fusão de dois outros emblemas bilbaínos –
Athletic Club (de 1898) e Bilbao Football Club (de 1900).
Os leones
jamais caíram para a segunda divisão, sempre estiveram na elite do futebol
espanhol (só três clubes nunca desceram de divisão na Espanha: Athletic Bilbao e a "dupla de ferro", Real Madrid e Barcelona).
O seu estádio, San Mamés, é um dos mais antigos da Espanha e o único
a receber jogos em todas as edições da primeira divisão espanhola (entretanto,
já está em construção um novo estádio, denominado San Mamés Barria – Novo San Mamés, em basco).
No ranking histórico da primeira divisão
espanhola, o Athletic Bilbao é o 3º colocado, ou seja, na pontuação geral de
todas as edições do campeonato espanhol, o Athletic só fica atrás dos
milionários Real Madrid e Barcelona.
A maior goleada aplicada em jogos do campeonato
espanhol pertence ao Athletic e não foi contra um adversário qualquer, foi frente
o Barcelona: Athletic 12x1 Barcelona.
O Athletic é um dos
maiores campeões na Espanha, são 8 campeonatos espanhóis e 24 Copas do Rei (o
segundo maior vencedor da história, perdendo apenas para o Barcelona).
Por falar em Copa
do Rei, a final da competição na temporada 2008/09 envolveu o Athletic Bilbao e
o Barcelona. O vencedor se tornaria o “Rei de Copas”, pois ambos tinham 24
títulos.
Embora de forma mais moderada que os bascos,
os catalães também nutrem um sentimento nacionalista e uma luta contra o poder
central de Madrid.
A final marcou o encontro de dois clubes que
representam as bandeiras de lutas de suas “nações”. De um lado o Athletic
Bilbao, uma verdadeira seleção de bascos, do outro o Barcelona, uma seleção
milionária, repleta de estrangeiros, porém um símbolo para o seu povo.
Dois momentos foram marcantes:
- Na execução do hino nacional da Espanha, bascos e
catalães se juntaram e, em uníssono, vaiaram o hino que representa o
centralismo e a repressão madrilista. A televisão espanhola, neste momento,
cortou o áudio da transmissão na ridícula tentativa de esconder a realidade.
Sem dúvida, foi um momento único e histórico.
- O Athletic saiu na frente e depois sofreu a
virada. Mesmo com o jogo praticamente perdido, os seus bravos torcedores
continuavam a cantar e a apoiar o time, em reconhecimento ao esforço de terem
chegado tão longe. Cantavam muito mais alto e faziam uma festa muito mais
bonita que os próprios torcedores do Barcelona. Ao fim da partida, os campeões
do Barcelona foram ao encontro da torcida basca e a reverenciou, em um claro
sinal de respeito e admiração.
Este ano, Athletic Bilbao e Barcelona se enfrentarão novamente na
final da Copa do Rei 2011/12 e, desta vez, a decisão será na capital da
Espanha, Madrid, o que dá ao jogo uma conotação simbólica extremamente
marcante.
Dados do Athletic Bilbao:
Fundação: 1898
Sócios: 34.373
Estádio: San Mamés (inauguradao em 1913) -
capacidade: 40 mil espectadores (todos sentados); o San Mamés Barria terá capacidade para 55 mil torcedores e deve ser
inaugurado entre 2013 e 2014.
Campeão da Copa do Rei (24): 1902, 1903, 1904,
1910, 1911, 1914, 1915, 1916, 1921, 1923, 1930, 1931, 1932, 1933, 1943, 1944,
1945, 1950, 1955, 1956, 1958, 1969, 1973 e 1984.
Campeão da Supercopa da Espanha (1): 1984.
Um clube com uma rica história, vários títulos e
uma postura singular no cenário do futebol mundial. É ou não é um grande
exemplo de luta e honra?
O Athletic Bilbao é um raro exemplo de como um clube
pode manter suas tradições. O Athletic se coloca como a resistência do povo
basco e, por conseguinte, torna-se um ícone de resistência ao futebol
globalizado, mercantilizado, transformado em um mero negócio.
GORA ATHLETIC!
Vídeos:
O último "doblete" (campeão Espanhol e da Copa do Rei), temporada 1983/84:
As vaias ao hino da Espanha, final da Copa do Rei 2008/09:
Hoje, os atuais campeões nacionais, FC Porto, vão a Lisboa enfrentar o
seu maior rival, benfica, em um jogo de extrema importância para as contas da
Liga 2011/12. Quem vencer assumirá a liderança isolada na competição, já que
ambos se encontram em igualdade pontual no primeiro lugar, com 49 pontos
conquistados ao fim de 20 rodadas - 15 vitórias, 4 empates e 1 derrota para os
dois lados; o FC Porto ocupa a primeira colocação por critérios de desempate
(34 gols de saldo x 31 do rival).
Depois de terem tirado uma diferença de 5 pontos para os rivais em
apenas duas rodadas, os portistas pretendem ampliar ainda mais a recuperação e
se distanciar na liderança do Campeonato, abrindo 3 pontos de vantagem sobre o
benfica. Caso vençam o jogo, os Dragões, além de se isolarem à frente da Liga,
poderão relegar o grande rival para o terceiro lugar, caso o Braga vença o seu
jogo no fim de semana (assim, os bracarenses assumiriam a segunda colocação).
As duas últimas deslocações do FC Porto a Lisboa, para enfrentar o
histórico oponente, foram de felizes recordações.
Em 03 de abril de 2011, o FC Porto conquistou o título de Campeão
Português, com 5 rodadas de antecipação, em pleno estádio da Luz. Com a vitória
por 1x2, os portistas puderam celebrar o 25º título nacional de sua história. O
benfica, de forma vergonhosa, tentou estragar a festa azul e
branca, apagando as luzes do estádio (da Luz, irônico, não?) e ligando o
sistema de irrigação do gramado. Mas nem esta atitude antidesportiva
foi suficiente para apagar a chama do Dragão que reluzia resplandecente na
capital portuguesa.
Duas semanas depois, no dia 20 de abril de 2011, os portistas foram
novamente a Lisboa enfrentar o grande rival, desta feita o jogo valia pela Taça
de Portugal e o FC Porto tinha uma desvantagem de 0x2 no jogo de ida da
semifinal da competição, realizado no Dragão. Em uma jornada épica, os azuis e
brancos deram a volta à eliminatória e bateram, com grande classe e
superioridade, o benfica por 1x3 (chegaram a estar a vencer por 0x3, mas o Benfica diminiu, de pênalti, e o placar ficou em 1x3). Desta
forma, os Dragões puderam celebrar a ida à final da segunda mais importante
competição portuguesa. Mais uma celebração no campo de seu principal antagonista.
Histórico de Confrontos
a) Geral
FC Porto e benfica já se enfrentaram 214 vezes em toda a história. Há um
enorme equilíbrio neste que é o maior clássico português, porém os portistas
levam ligeira vantagem: 81 vitórias x 79.
Jogos - 222
Vitórias do FC Porto - 86
Vitórias do benfica - 82
Empates - 54
b) Na Liga Portuguesa
Pela Liga Portuguesa, a vantagem do FC Porto é um pouco maior. Ao fim de
155 jogos, os azuis e brancos têm 60 vitórias, contra 53 dos vermelhos.
Jogos - 156
Vitórias do FC Porto - 61
Vitórias do benfica - 53
Empates - 42
c) Últimos dez jogos entre benfica e FC
Porto pelo Campeonato Nacional:
2001/02 SL Benfica - FC PORTO (0-1) vitória
2002/03 SL Benfica - FC PORTO (1-1) empate
2003/04 SL Benfica - FC PORTO (0-1) vitória
2004/05 SL Benfica - FC PORTO (1-0) derrota
2005/06 SL Benfica - FC PORTO (1-1) empate
2006/07 SL Benfica - FC PORTO (0-1) vitória
2007/08 SL Benfica - FC PORTO (1-1) empate
2008/09 SL Benfica - FC PORTO (0-1) vitória
2009/10 SL Benfica - FC PORTO (1-0) derrota
2010/11 SL Benfica - FC PORTO (1-2) vitória
Balanço:
V - 5
E - 3
D - 2
GM - 9
GS - 6
Como podemos verificar, o FC Porto tem uma ligeira vantagem sobre o seu
grande rival quando vai ao campo deste o defrontar. Nas últimas dez vezes que
foi a Lisboa, os Dragões voltaram com 5 vitórias e apenas sofreram 2 derrotas.
Além disso, também é possível perceber que se trata de jogos extremamente
equilibrados, em dez jogos, só foram marcados 15 gols, sendo 9 dos visitantes
(FC Porto) e 6 dos donos da casa (benfica).
Portanto, não é de se esperar, a princípio e a julgar pelo histórico do
confronto, um jogo com muitos gols. Além do fato de, no caso do embate de hoje,
a vitória valer mais do que meros 3 pontos, significará, também, a obtenção da
liderança isolada do Campeonato, que, este ano, tem sido muito equilibrado e
competitivo entre os três primeiros classificados - FC Porto, benfica e
Braga.
O árbitro:
Será Pedro Proença, de Lisboa.
Lista de Convocados:
Guarda-redes: Helton e Bracali.
Defesas: Sapunaru, Maicon, Rolando, Otamendi, Alvaro Pereira e Alex
Sandro.
Médios: Fernando, João Moutinho, Defour e Lucho González.
Avançados: Hulk, James, Cristian Rodríguez, Iturbe, Kléber, Djalma e
Janko.
O jogo: realiza-se hoje, dia
02 de março de 2012, no Estádio da Luz, às 17h15m (Brasília).
TRANSMISSÃO: Bandsports (27,
Sky).
Desnecessário reforçar a importância e a dificuldade deste jogo.
Temos que vencer para voltarmos à liderança isolada.
Autor do livro "Cotas de televisão do campeonato brasileiro: apartheid futebolístico e risco de espanholização", Emanuel Leite Jr. é doutorando em Políticas Públicas, bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e é formado em Jornalismo pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau). Atuou como jornalista no grupo Diários Associados/Diario de Pernambuco de maio de 2012 a junho de 2016, no Superesportes do Diario de Pernambuco de janeiro de 2013 a junho de 2016. Colaborou, também, com outras editoriais do referido jornal, em especial as de cultura (Viver) e política (Poder). No Diario, foi o idealizador e responsável pelo blog "No Estúdio com o Sepultura", que acompanhou, em primeira mão e com exclusividade, o passo a passo da gravação ao lançamento do álbum "The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart". Idealizador e condutor do "Metal em Cena", programa de vídeo que era veiculado no canal do Youtube do Pernambuco.com. Entre maio e julho de 2014 atuou como correspondente do Estado de São Paulo - Estadão - no Recife, durante a Copa do Mundo FIFA 2014, selecionado através do programa “Seleção Universitária”.