domingo, 22 de janeiro de 2012

Como um de nossos dias ensolarados


Admirando um jardim florido, pego-me a sonhar acordado. Repentinamente, vejo-me a olhar para as flores, como se estivesse à procura de uma reconfortante imagem na minha memória.

Olho para a beleza das flores e vejo o teu sorriso encantador a mostrar-se para mim. Sinto, subitamente, o disparar dos batimentos cardíacos.

A fragrância floral traz-me, também, a memória do teu inebriante e inigualável aroma.

Fecho os olhos por uns segundos e, naqueles breves instantes, é como se tu estivesses ali ao meu lado e é como se o tempo parasse e me gratificasse, mais uma vez, com a tua agradável e apaziguante companhia.

Consigo olhar teus cintilantes olhos, sentir a tua sedosa pele, pegar em teus sedutores cabelos escuros. Sinto-me vivo novamente.

Em sonho, fixo meu olhar ao teu e te confidencio – és o melhor que tenho de mim, fizeste de mim uma pessoa melhor e hei de te agradecer para sempre por isso.

Não há distância (temporal, física, nem mesmo transcendental) que nos possa separar. Nem o implacável passar dos anos, e seu inevitável processo de envelhecimento, será capaz de apagar da minha mente os fascinantes momentos vividos ao teu lado.

Abro os olhos, vejo tudo o que me rodeia. Redireciono, então, meu olhar para o cativante jardim florido. Vejo a luminosidade da vida refletida nos girassóis. Vejo-me ao teu lado. Serenidade. Paz.

Lembro-me de te fazer uma promessa. Acaricio o teu lindo rosto, encosto meus lábios em tua orelha e sussurro - um dia havemos de nos reencontrar. Um dia nós nos veremos novamente. Seja nesse ou em outro mundo.

E quando este dia finalmente chegar, sentir-me-ei aquecido pelo teu calor, como em um de nossos dias ensolarados.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

E a passagem aumentou, novamente...


Hoje, 20 de janeiro de 2012, foi aprovado pelo Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) o aumento de 6,5% na tarifa de passagem de ônibus na Região Metropolitana de Recife.

Este foi o quinto aumento da tarifa em 8 anos (2005, 2008, 2009, 2011 e 2012). Em janeiro de 2008 a tarifa do Anel A custava R$1,75. Com a aprovação do novo aumento, a tarifa do Anel A custará, em janeiro de 2012, R$2,15.

O reajuste de 6,5%, proposto pelo Governo do Estado, baseia-se no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Porém, acreditem, os empresários queriam ainda mais, para eles o reajuste deveria ser de 17,2%. Pobres coitados, não são?

Então, com mais este aumento, o valor do Anel A passa de R$2,00 para R$2,15, o Anel B de R$3,10 para R$3,30, o Anel D passa a custar R$2,60 e o Anel G R$1,40.

O Anel A é o mais utilizado pela população da RMR, cerca de 80% dos usuários de todo o transporte coletivo de passageiros utiliza este anel. Com o aumento de R$0,15 no valor da passagem, o cidadão passará a gastar, no mínimo, R$ 0,30 por dia, que dá uma média de R$ 1.80 por semana, R$ 7,20 por mês, isso calculando que a pessoa apenas precisará de duas passagens diárias, em seis dias por semana, o que todos sabemos que não corresponde à realidade social dos trabalhadores da RMR e de muitos estudantes.

As tarifas aumentam, mas será que a qualidade do transporte público também aumenta?

Os empresários dizem que sem o aumento a qualidade oferecida à população irá cair, pois seus custos se elevaram (todos os anos eles dizem isso), logo as passagens devem cobrir estes custos.

Portanto, o que vemos é que cabe ao povo cobrir os supostos custos dos empresários, afinal, como sabemos, o lucro dos empresários há de ser, sempre, salvaguardado.

Entretanto, alguém, se puder, responda-me, por favor: nestes últimos oito anos (em que as tarifas foram aumentadas cinco vezes) a qualidade dos serviços prestados a quem utiliza o transporte público aumentou ou caiu?

Bem, apesar de eu pedir que alguém me respondesse, a pergunta é retórica, pois, infelizmente, todos nós sabemos o quão óbvia é a resposta.

Os empresários devem mesmo achar que toda a população da RMR é estúpida e desprovida de qualquer capacidade de raciocínio e crítica. Se a desculpa dada é, sempre, a de manter a qualidade do serviço oferecido, então, basta fazermos uma breve análise do que aconteceu nos últimos anos, e a resposta é mais do que evidente: os serviços de transporte público pioraram nos últimos anos!

O grande marco para a queda da qualidade do transporte público foi o fim do transporte alternativo, mais conhecido por “kombeiros”.

E por que motivo isso terá ocorrido?

Simples: os “kombeiros” promoviam uma concorrência com as empresas “tradicionais”. Ofereciam preços mais baixos, o que atraía grande parcela da carente população do Grande Recife; ofereciam linhas alternativas, que melhor serviam as pessoas. Os “kombeiros” trouxeram algo novo para os usuários de transporte coletivo da RMR, a sensação de que havia uma alternativa mais barata e eficiente.

Foi na época áurea do transporte alternativo que surgiram novas linhas do “transporte tradicional”; foi também nessa época em que surgiram os “geladinhos” e “geladões”, com ar-condicionado, e outros veículos com muito mais comodidade e conforto para os passageiros. As empresas, temendo a concorrência, foram forçadas a aumentar seus custos, abrir mão temporariamente de parte dos seus lucros, para frear o crescimento da demanda dos transportes alternativos. A população da Grande Recife pôde vivenciar a livre concorrência e colher, daí, uma melhor estrutura, enfim, um melhor tratamento.

Porém, os empresários não estavam satisfeitos com essa situação. Se há algo que a maioria do empresariado (principalmente os empresários que controlam o transporte coletivo na RMR) não gosta nem de ouvir falar é redução de lucros.

Os “kombeiros” incomodavam, na medida em que faziam concorrência e ofereciam uma alternativa às pessoas, os lucros das empresas iriam sofrer. E no mundo em que vivemos, as pessoas não têm vez, os seres humanos são relegados a seres inferiores, sem face, tornam-se uma massa meramente consumidora. De cidadão a consumidor, esta é a realidade.

Chomsky lançou a pergunta: o lucro ou as pessoas? A EMTU, a Prefeitura (então autodenominada “Popular”) de Recife, o Governo do Estado e os empresários do transporte coletivo na RMR deram a reposta: o lucro. E lá se foram os “kombeiros”, em sua maioria pessoas de baixa renda, desempregadas, que tinham como única fonte de renda o trabalho honesto de motorista e cobrador do transporte alternativo.

A Prefeitura (“Popular”) de Recife, cujo lema, na época, era “cuidar das pessoas”, não pensou na imensa maioria das pessoas, no povo sofrido de baixa renda, naqueles que sofrem o cotidiano de trabalhos duros e mal pagos; da exploração do capital.

Desde então, o transporte público sofreu uma queda vertiginosa de qualidade. Para quê investir e manter veículos de maior consumo se já não existe mais concorrência, não é verdade? Exatamente. Foi isto que fizeram, paulatinamente, os empresários da RMR.

E não houve aumento de valor das passagens que fez esta queda brutal na qualidade parar. Aumento de qualidade? Isto só nos melhores sonhos utópicos de quem acredita que um dia o povo será tratado de forma humana e fraterna.

Eis que chegamos, finalmente e infelizmente, a 2012.

No comando do Governo Estadual uma coalizão de “centro-esquerda”. Em campanha para a sua primeira eleição, o atual governador (atualmente em segundo mandato) prometeu redução das tarifas.

Um sonho a ser realizado? Um governante que pensa nas pessoas? Ou mera promessa demagógica de campanha?

Mais uma vez, o lucro prevaleceu. E a promessa de redução do valor das tarifas não passou de palavras soltas ao vento, de propaganda eleitoral. Mais um engodo para o povo. Na prática, a mudança não existiu.

Houve, na realidade, sucessivos aumentos. Em 2012 inicia-se o sexto mandato do atual governador do Estado. Este é o quarto aumento da tarifa da pasagem de ônibus. Ou seja, ao invés de reduzi os preços das tarifas, o atual Governo do Estado participou em quatro aumentos em seis anos!

Este ano, por exemplo, ao invés de cumprir sua promessa de redução, apresentou uma proposta de 6,5% de aumento. Os empresários, mesmo contrariados, aceitaram, afinal, pelo menos estarão a somar.

Aproveitaram, como tem sido de costume, o mês de janeiro para tomar esta decisão. Mês de férias escolares e acadêmicas, época, também, em que muita gente está pensando em praia, carnaval, sombra e água fresca, além disso, nos dias atuais, as pessoas estão mais preocupadas em saber se Luiza está ou não no Canadá. É, portanto, um período bastante propício para evitar grandes mobilizações populares. Quanto menos barulho, melhor para aqueles que estão no comando.

Mesmo assim, os movimentos sociais nunca se silenciam e tentam, dentro de suas capacidades, organizarem protestos contra a exploração aos cidadãos do Grande Recife.

Neste momento em que escrevo este texto, há um protesto ocorrendo no centro da cidade de Recife. Sabe-se que o Governo do Estado, aquele de “centro-esquerda”, tem procurado, através de sua força coercitiva, a polícia (e logo o Batalhão de Choque), reprimir os movimentos sociais que se organizaram no sentido de, pacificamente, protestarem.

Ou seja, enquanto as pessoas tentam exercer a sua cidadania e o democrático direito à liberdade de expressão do pensamento, o Governo, de “centro-esquerda” reprime, recorrendo à força policial, os cidadãos.

Enfim... As passagens aumentaram, mas o povo continuará sofrendo com ônibus lotados, veículos desconfortáveis e em péssimo estado de conservação, frotas reduzidas e da insegurança nos coletivos, reflexo desta calamidade que assola nosso estado. Tudo isso irá continuar, e, se for mantida a tendência dos últimos anos, não apenas as passagens aumentarão, como também a péssima prestação de serviços.

Se não nos levantarmos, se não nos fizermos ouvir, seremos cada vez mais ignorados, explorados e desprezados. Não podemos baixar nossas cabeças e nos conformamos. O conformismo é alimento para aqueles que querem explorar e enriquecer à custa do povo.

A união é necessária. A mobilização é essencial.

Se o lucro está acima das pessoas, o que será das pessoas?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Os projetos de lei “SOPA” e “PIPA” e o que nos ensina a Escola de Frankfurt sobre a Indústria Cultural



Nos Estados Unidos da América (“a terra da liberdade”) deputados e senadores debatem dois projetos de lei - “SOPA” (Stop Online Piracy Act, ou Lei para Parar com a Pirataria Online) e “PIPA” (Protect Intellectual Property Act, ou Lei para Proteger a Propriedade Intelectual) - que têm o mesmo objetivo: combater, especialmente, a proliferação de cópias piratas de filmes online e outras formas de pirataria de conteúdo midiático em servidores internacionais, propondo, inclusive, penas de até cinco anos de cadeia para pessoas condenadas por compartilhar material pirateado dez ou mais vezes ao longo de seis meses. 

As propostas também preveem punições para sites acusados de "permitir ou facilitar" a pirataria. Estes podem ser fechados e banidos de provedores de internet, sistemas de pagamento e anunciantes, em nível internacional. Em tese, um site pode ser fechado apenas por manter laços com algum outro site suspeito de pirataria.
Além disso, o “SOPA”, se aprovado, também exigiria que ferramentas de busca removessem os sites acusados de pirataria de seus resultados.
Hoje, 19 de janeiro de 2012, o site “Megaupload”, um dos maiores sites de compartilhamento de arquivos online, foi fechado pelo Governo dos EUA e seu fundador foi preso (ele e vários de seus executivos foram acusados formalmente de violar leis antipirataria nos Estados Unidos).
Os projetos “SOPA” e “PIPA” e o encerramento do site “Megaupload” me fizeram lembrar os nobres e sempre pertinentes ensinamentos dos eminentes pensadores da Escola de Frankfurt e o conceito base que eles criaram para os estudos culturais, a “Indústria Cultural”.
Em especial, lembrei-me de Walter Benjamin e Theodor Adorno. Mais à frente explico por que motivo me lembrei especialmente deles dois.

A Escola de Frankfurt e a Indústria Cultural

Escola de Frankfurt foi o nome dado ao grupo de pensadores, filósofos e cientistas sociais alemães que se dedicaram aos estudos de variados temas que compreendiam desde os processos civilizadores modernos e o destino do ser humano na era da técnica (ou tecnologia) até a política, a arte, a música, a literatura e o cotidiano.


Dentro desses temas, chamaram à atenção para a extrema importância da mídia (meios de comunicação) como fomentador da cultura de mercado e formadora do modo de vida contemporâneo.

Dentre os grandes pensadores desta Escola, podemos citar Theodor Adorno, Max Horkheimer, Hebert Marcuse, Erich Fromm e Walter Benjamin. Destacamos os dois primeiros, Adorno e Horkheimer, criadores de um conceito base para os estudos culturais: a indústria cultural.

Adorno e Horkheimer no livro Dialética do Iluminismo apontaram um novo conceito com relação à cultura e a massificação da cultura. Na visão deles a “cultura para a massa” não passava de uma simples industrialização da cultura, ou seja, haveria o uso da racionalidade técnica (a tecnologia) a serviço da dominação ideológica. Apontavam, assim, o conceito de Indústria Cultural, que seria, portanto, um mecanismo de massificação da opinião, dos gostos e da necessidade de consumo. Na Indústria Cultural tudo passa a ser um produto de mercado (inclusive o ser humano [reificação, ou a coisificação do homem]), a verdadeira preocupação não é transmitir informações ou conhecimento, mas sim vender, cada vez mais, produtos e ideias homogeneizadas, a fim de se obter o lucro acima de (quase) tudo.

A cultura sob as regras da Indústria Cultural passa a ser apenas mercadoria, um produto a ser vendido e explorado comercialmente. A arte, a música, a literatura se transformam em meros produtos com o objetivo de serem difundidos comercialmente e vendidos como se fossem um pacote de feijão em uma prateleira de supermercado. Perde-se o valor e a essência da criação cultural, isto não é o mais importante. O que realmente importa é enlatar, rotular e vender o "produto" em um grande centro de compras.

Dentro da Indústria Cultural, para que o mercado atinja o seu principal objetivo (o lucro), existe uma peça fundamental a ser explorada: a alienação do povo.

É da alienação que se aproveita a Industria Cultural para massificar os seus produtos. Ao massificar e homogeneizar gostos e necessidades de consumo, o mercado aprofunda a alienação, ao alimentar-se e alimentá-la em uma troca bilateral e mútua. A passividade e o conformismo são frutos desta alienação.

Como diz o professor Francisco Rüdiger, os pensadores frankfurtianos criticavam a cultura de massa não porque ela é popular, mas sim porque esta cultura mantém as marcas da exploração e da dominação das massas, fato que ocorre desde as origens da história.

E, como também diz o citado professor, os frankfurtianos não criticavam a tecnologia nem os avanços tecnológicos, mas sim o seu emprego, ou seja, os objetivos por trás da utilização das novas tecnologias. Podemos afirmar, então, que a Indústria Cultural é opressora, determina até onde vai o livre arbítrio do indivíduo ao submetê-lo à dominação ideológica que coloca frente a frente: classes dominantes > classes populares. A cultura de massa é marca da imposição e exploração da dominação de classes.

Música/Gravadoras e Cinema/Estúdios na Indústria Cultural

Walter Benjamin apontou, em A Obra de Arte na Era de Suas Técnicas de Reprodução, para a perda da aura da obra de arte. Para Benjamin as tecnologias que permitiram a fácil reprodutibilidade das obras de arte fizeram com que estas perdessem sua aura de serem exclusivas e únicas.

A música ou o cinema, que já no século XX, tornaram-se mais mercadorias a serem reproduzidas e vendidas em larga escala, também perderam as suas auras e, de certa forma, as suas essências.

"Na medida em que multiplicam a reprodução, substituem a existência única da obra por uma existência serial", afirmou Benjamin na supracitada obra. Quem nunca reparou que o CDs de música ou os DVDs (de música ou filme) contêm um código de série? Ao se comprar um CD ou DVD a pessoa está adquirindo um produto em série. E o código de série (que pode conter letras e números) serve de controle para o dono da loja e, especialmente, para a gravadora ou o estúdio e seus distribuidores, que lançaram o CD ou o DVD no "mercado", que têm o grande cuidado em controlar as vendas e saber os números do "mercado ". Em 1935 Walter Benjamin apontava para esta realidade, a reprodução em série das obras de arte e a sua relação com a indústria.

Benjamin acreditava no poder de democratização da cultura e do conhecimento, ele via como positivo o controle da cultura por parte das massas. Adorno, por sua vez, não negava o potencial democrático da tecnologia empregada a serviço da cultura, porém sua análise crítica sempre apontou para o indevido uso das técnicas, que rumavam no sentido inverso àquele que Benjamin acreditava ser possível.

Para Adorno não haveria a democratização da cultura porque simplesmente essa democratização não servia aos interesses dos capitalistas (aí inseridas as corporações do entretenimento, nos quais as gravadoras e os grandes estúdios). A Indústria Cultural como meio de controle das massas não permitiria que as massas assumissem o controle da cultura, idéia na qual acreditava Benjamin.

As gravadoras e os grandes estúdios são as empresas que controlam o sistema do mercado da música e do cinema. São as gravadoras e os estúdios, entidades privadas e com o objetivo de lucro, que se utilizam e se beneficiam do poder da reprodução em série e da difusão massiva da música e do cinema. Como uma empresa, a gravadora e os estúdios fazem parte das corporações do entretenimento, que têm como objetivo tirar proveito comercial do "seu produto".

O artista se torna dependente das corporações de entretenimento para poder mostrar a sua obra, o seu trabalho; a população (que é o público alvo, o indivíduo massa) se torna refém e alvo das campanhas publicitárias e da difusão em massa daquilo que interessa a essas corporações, o que, em uma perspectiva de mercado de larga escala, quase sempre não é sinônimo de qualidade artística (musical ou cinematográfica, para ficar em dois exemplos).

As corporações de entretenimento, geralmente, reúnem em si diversas ramificações da “indústria do entretenimento e da informação”, indo dos estúdios de cinema, passando pelas gravadoras musicais, chegando aos jornais e canais de televisão (ou mesmos empresas de TV por assinatura).

Vou citar como exemplo de grande corporação a News Corporation, do australiano Rupert Murdoch (já que ele é um dos grandes defensores dos projetos “SOPA” e “PIPA”). A News Corporation é proprietária de: editoras de livros; jornais e revistas em diversos países (Austrália, Inglaterra [lembram-se do tablóide “News of the World”?], EUA [dentre vários, The Wall Street Journal e The New York Post], Fiji, Papua Nova Guiné); rádios (Fox Radio, ex.); acionista de clubes/franquias de rugby e futebol americano; estúdios (dentre vários, 20th Century Fox); redes de televisão, canais de televisão (Fox, Fox Sports, Fox Life, FX, National Geographic e muitos, mas mesmo muitos, outros); etc..

A publicidade é uma das formas através das quais as corporações de entretenimento exercem a manipulação da opinião e dos gostos, a massificação dos produtos.

A publicidade nada mais é que o instrumento através do qual se atinge o público alvo, o consumidor; é através do seu poder de persuasão que se estabelece a massificação.

A persuasão é a principal arma para se atingir o conformismo e se diluir a consciência. O Rádio, a TV e a imprensa escrita com a divulgação e a veiculação de um determinado "produto" também são preponderantes no processo de manipulação da opinião e na indução ao consumo.

Internet e download: democratização?

Como já foi mencionado, Walter Benjamin acreditava no potencial da democratização da cultura e do conhecimento, desde que o controle estivesse sob o comando das massas. Adorno se opunha a esta idéia, não por negar o potencial da tecnologia em democratizar a cultura, mas por não acreditar que as empresas envolvidas na indústria cultural pemitissem esta democratização.

E o que seriam as tecnologias como mp3, flac, rmvb, avi, mpeg, etc., e o compartilhamento de músicas, filmes, séries de televisão, dentre outros, através da internet?

É inquestionável o poder revolucionário destes formatos e do compartilhamento através da internet.

Certamente, Walter Benjamin ficaria satisfeito ao ver o uso desta tecnologia a serviço do controle das obras culturais por parte das massas.

Não há nada mais democrático do que dividir e partilhar um filme, uma série de TV, uma música, etc., com milhões de pessoas através da grande rede mundial de computadores.

Mas o sistemático combate (como se vê em projetos como "SOPA" ou "PIPA" e no fechamento do Megaupload) contra os sites e usuários que dividem e partilham filmes, séries, músicas, etc., tentando, inclusive, criminalizar essa divisão e partilha, demonstra claramente como as grandes empresas não dão descanso às massas e não querem perder o controle da cultura.

Benjamin estava certo ao acreditar na democratização da cultura através do controle das massas sobre a mesma. Porém Adorno em seu ácido realismo estava ainda mais certo: enquanto houver esta relação de poder e este sistema de mercado, as empresas jamais permitirão que as massas se libertem das amarras do controle da indústria cultural.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

FC Porto - 53 jogos sem perder no Campeonato Português



No último sábado, dia 08 de janeiro, o FC Porto foi a Alvalade enfrentar o Sporting pela 14ª rodada da Liga Portuguesa. O jogo ficou empatado em 0x0.

Embora o resultado não tenha sido o mais desejado, pois o Porto sempre que entra em campo é para vencer, e o empate tenha significado a perda da liderança do Campeonato, o fato de não ter perdido na casa do seu rival fez com que os Dragões atingissem uma marca histórica: 53 jogos de invencibilidade no Campeonato Português.

Desta forma, o FC Porto iguala o seu próprio recorde de invencibilidade na Liga e fica a 3 jogos de igualar o recorde nacional de sempre, que é de 56 jogos.

A marca anterior de 53 jogos fora alcançada nos tempos de Sir Bobby Robson, entre as temporadas 1994/95 (23/10/1994) e 1995/96 (17/03/1996).

Curiosamente, a última derrota do FC Porto no Campeonato foi no dia 28/02/2010, na 21ª rodada da Liga 2009/10, exatamente no Estádio de Alvalade, quando os portistas foram derrotas pelo Sporting por 3x0.

Esta notável trajetória dos azuis e brancos teve início no dia 06/03/2010, com um empate caseiro, frente ao Olhanense, por 2x2, em jogo que valeu pela 22ª jornada da Liga 2009/10. Naquela ocasião, 32.809 espectadores presenciaram o encontro que marcaria o primeiro passo rumo à história.

Desde então, os azuis e brancos somaram 9 jogos sem perder em 2009/10, 30 em 2010/11 (campeão invicto) e já levam 14 jogos invictos na atual temporada, 2011/12.

Registro:

2009/10: 9 jogos, 8 vitórias, 1 empate. 27 gols marcados, 8 gols sofridos.

2010/11: 30 jogos, 27 vitórias, 3 empates – CAMPEÃO INVICTO. 73 gols marcados, 16 gols sofridos.

2011/12: 14 jogos, 10 vitórias, 4 empates. 32 gols marcados, 8 gols sofridos.

Total: 53 jogos, 45 vitórias, 8 empates. 132 gols marcos, 32 gols sofridos.

Todos os jogos:

Época 2009/2010 – 8 vitórias, 1 empate (Treinador: Jesualdo Ferreira)

FC Porto 2x2 Olhanense
Académica 1x2 FC Porto
Belenenses 0x3 FC Porto
FC Porto 4x1 Marítimo
Rio Ave 0x1 FC Porto
FC Porto 3x0 Guimarães
Setúbal 2x5 FC Porto
FC Porto 3x1 Benfica
União Leiria 1x4 FC Porto

Época 2010/2011 – 27 vitórias, 3 empates (Treinador: André Villas-Boas)

 Naval 0x1 FC Porto
FC Porto 3x0 Beira-Mar
Rio Ave 0x2 FC Porto
FC Porto 3x2 Sp. Braga
 Nacional 0x2 FC Porto
FC Porto 2x0 Olhanense
Guimarães 1x1 FC Porto
FC Porto 5x1 União Leiria
Académica 0x1 FC Porto
FC Porto 5x0 Benfica 0
FC Porto 2x0 Portimonense
Sporting 1x1 FC Porto
FC Porto 1x0 Setúbal
Paços de Ferreira 0x3 FC Porto
FC Porto 4x1 Marítimo
FC Porto 3x1 Naval
Beira-Mar 0x1 FC Porto
FC Porto 1x0 Rio Ave 0
Sp. Braga 0x2 FC Porto
FC Porto 3x0 Nacional
Olhanense 0x3 FC Porto
FC Porto 2x0 Guimarães
União Leiria 0x2 FC Porto
FC Porto 3x1 Académica
Benfica 1x2 FC Porto
Portimonense 2 x3 FC Porto
FC Porto 3x2 Sporting
Setúbal 0x4 FC Porto
FC Porto 3x3 Paços de Ferreira
Marítimo 0x2 FC Porto

Época 2011/2012 – 10 vitórias, 4 empates (Treinador: Vítor Pereira)

Guimarães 0x1 FC Porto
FC Porto 3x1 Gil Vicente
U. Leiria 2x5 FC Porto
FC Porto 3x0 V. Setúbal
Feirense 0x0 FC Porto
FC Porto 2x2 SLB
Académica 0x3 FC Porto
FC Porto 5x0 Nacional
FC Porto 3x0 P. Ferreira
Olhanense 0x0 FC Porto
FC Porto 3x2 SC Braga
Beira-Mar 1x2 FC Porto
FC Porto 2x1 Marítimo
Sporting 0x0 FC Porto

Curiosidades:

Resultados mais frequentes:

3x0 – 9 vezes
2x0 – 7 vezes
1x0 – 5 vezes
2x1, 3x1, 3x2 – 4 vezes

Goleadas:

FC Porto 5x0 Benfica (2010/11)
FC Porto 5x0 Nacional (2011/12)
FC Porto 5x1 União Leiria (2010/11)
Setúbal 0x4 FC Porto (2010/11)
Setúbal 2x5 FC Porto (2009/10)
U. Leiria 2x5 FC Porto (2011/12)
FC Porto 4x1 Marítimo (2009/10)
U. Leiria 1x4 FC Porto (2009/10)
FC Porto 4x1 Marítimo (2010/11)


De destacar que, dentre as 45 vitórias em 53 jogos de invencibilidade, 18 vitórias foram alcançadas com uma diferença de 3 ou mais gols: 3x0 (9 vezes); 4x1 (3 vezes); 5x0 (2 vezes); 5x2 (2 vezes); 5x1 (1 vez); 4x1 (1 vez).


Em termos percentuais, 40% das 45 vitórias foram obtidas com uma vantagem de 3 ou mais gols; ou 34% de todos os 53 jogos de invencibilidade terminaram com o FC Porto obtendo 3 ou mais gols de diferença para seus adversários.

Maior número de vitórias consecutivas: 14 - em 2010/11, entre a 13ª rodada (Vitória de Setúbal, em casa) e a 28ª (Vitória de Setúbal, fora de casa).

Clássicos contra o Benfica e o Sporting: 4 vitórias (3 contra o Benfica; 1 contra o Sporting); 3 empates (1 contra o Benfica; 2 contra o Sporting).

Próximos 4 jogos do FC Porto no Campeonato:
15ª rodada – FC Porto x Rio Ave
16ª rodada – FC Porto x Guimarães
17ª rodada – Gil Vicente x FC Porto (jogo em que pode IGUALAR o recorde de sempre)
18ª rodada – FC Porto x U. Leiria (jogo em que pode BATER o recorde de sempre)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Campeonato Português: Antevisão - Sporting x FC PORTO



Depois de muito tempo, resolvi voltar a postar aqui no blog um texto de antevisão a um jogo do FC Porto.

É o que se segue.

Amanhã, sábado, dia 07 de janeiro de 2012, o atual campeão português e líder do Campeonato na atual temporada, FC Porto, vai a Lisboa enfrentar um de seus maiores rivais, Sporting, em seu primeiro jogo oficial do ano, em confronto que contará pela décima quarta rodada da Liga Portuguesa.

O FC Porto lidera o Campeonato com 33 pontos conquistados ao fim de 13 rodadas, em que venceu 10 jogos e empatou 3, estando, até o momento, invicto.

Os atuais campeões nacionais têm uma vantagem de 6 pontos sobre os rivais que enfrentarão amanhã, já que o Sporting (atualmente em terceiro lugar), conquistou 27 pontos, após 8 vitórias, 3 empates e 2 derrotas.

Para além de liderar o Campeonato, os Dragões têm, também, o melhor ataque (32 gols marcados) e a melhor defesa (8 gols sofridos, nesse quesito, têm a companhia do Beira-Mar) da competição.

Invencibilidade

Após a vitória, por 2x0, frente ao Marítimo na décima terceira rodada da Liga Portuguesa, o FC Porto atingiu a marca de 52 jogos sem perder no Campeonato.

Os portistas estão a quatro jogos de igualar o recorde de invencibilidade no Campeonato Português e, logicamente, a cinco de se tornar o recordista máximo.

A última derrota do FC Porto no Campeonato foi exatamente no estádio em que jogará amanhã, Alvalade. Foi pela vigésima primeira rodada da Liga dos Túneis (2009/10), no dia 28/02/2010, quando o Sporting bateu o FC Porto 3x0.

Desde então, os azuis e brancos somam: 9 jogos em 2009/10, 30 em 2010/11 (Campeão Invicto) e 13 em 2011/12 sem perder no Campeonato.

Histórico de Confrontos

      a)      Geral:

Desde 1922, FC Porto e Sporting já se defrontaram 211 vezes na história. E o confronto entre estes dois tradicionais rivais é extremamente equilibrado, em que ambos estão empatados no número de vitórias (76 para cada lado). O jogo de amanhã poderá marcar o desempate neste quesito histórico.

Jogos – 211
Vitórias do FC Porto – 76
Vitórias do Sporting – 76
Empates – 59

      b)      Liga Portuguesa:

Em confrontos pela Liga Portuguesa, o FC Porto tem ligeira vantagem sobre o Sporting, com 4 vitórias a mais que o seu rival: FC Porto 59 x 55 Sporting.

Jogos – 154
Vitórias do FC Porto – 59
Vitórias do Sporting – 55
Empates – 40
        
      c)   Últimos dez jogos entre Sporting CP e FC PORTO para o Campeonato Nacional:

2001/2002 Sporting CP – FC PORTO (1-0) derrota
2002/2003 Sporting CP – FC PORTO (0-1) vitória
2003/2004 Sporting CP – FC PORTO (1-1) empate
2004/2005 Sporting CP – FC PORTO (2-0) derrota
2005/2006 Sporting CP – FC PORTO (0-1) vitória
2006/2007 Sporting CP – FC PORTO (1-1) empate
2007/2008 Sporting CP – FC PORTO (2-0) derrota
2008/2009 Sporting CP – FC PORTO (1-2) vitória
2009/2010 Sporting CP – FC PORTO (3-0) derrota
2010/2011 Sporting CP – FC PORTO (1-1) empate

Balanço:
V – 3
E – 3
D – 4
GM – 7
GS – 12

Como se pode verificar pelos números, defrontar o Sporting em Alvalade não das tarefas mais fáceis para o FC Porto.

Em sua casa, os sportinguistas têm levado ligeira vantagem, com 1 vitória a mais (4x3) e mais gols marcados (12x7).

Além disso, considerando que os Dragões venceram apenas em 3 ocasiões nos últimos dez jogos, isso significa que perderam pontos em sete das dez últimas dez vezes que foram a Alvalade.

Com o Campeonato equilibrado como o atual, perder pontos em Alvalade amanhã poderá ser comprometedor para as contas finais do título.

Portanto, é de extrema importância o FC Porto entrar consciente das dificuldades que irá enfrentar e que esteja determinado a voltar ao Porto com mais três pontos conquistado, na caminhada rumo ao bicampeonato nacional.

Árbitro:

O árbitro do jogo será Pedro Proença, que é da Associação de Lisboa.

Lista de Convocados:

Guarda-redes: Helton e Bracali;

Defesas: Maicon, Mangala, Otamendi, Rolando, Alex Sandro e Alvaro Pereira;

Médios: Defour, João Moutinho, Fernando, Belluschi e Souza

Avançados: Hulk, Djalma, Cristian Rodriguez, Kléber e James.

O jogo: realiza-se amanhã, dia 07/01/2012, em Lisboa, no Estádio de Alvalade, às 18h15m (Brasília).

TRANSMISSÃO: Bandsports (27, Sky).

Reitero a importância deste jogo para as aspirações do Porto na caminhada rumo ao bicampeonato. Vencer amanhã é fundamental!

Força Porto, allez!