sábado, 24 de dezembro de 2011

Meus álbuns preferidos em 2011

Chega o fim do ano e se tem uma coisa que eu gosto de fazer é elaborar essas listas “melhores álbuns do ano”. Contudo, eu prefiro chamar de álbuns preferidos, pois, assim, evitam-se discussões por algo tão subjetivo que são os gostos e as preferências musicais.

Ao contrário do ano passado, quando senti alguma dificuldade em fechar a lista de “10 álbuns preferidos de 2010” e fiquei em apenas oito lançamentos (sendo um deles uma “forçada de barra”, como eu mesmo escrevi), esse ano a minha maior complicação foi definir a lista com apenas dez lançamentos.

Pois bem, após pensar bastante e lamentar deixar alguns nomes de fora, seguem, abaixo, a relação e, na sequência, meus comentários sobre cada álbum.

            1.       Kairos – Sepultura
            2.       Unto the Locust – Machine Head
            3.       Worship Music – Anthrax
            4.       3rd Round Knockout – Chrome Division
            5.       The Beginning of Times - Amorphis
            6.       Aphotic – Novembers Doom
            7.       Surtur Rising – Amon Amarth
            8.       Th1rt3en – Megadeth
            9.       A Fragile King - Vallenfyre
            10.   Evinta – My Dying Bride

Kairos – Sepultura


Clássico!

É assim que eu resumiria “Kairos”, se me pedissem para descrever o álbum em única palavra. Para mim, trata-se de mais um clássico da maior banda brasileira de todos os tempos, Sepultura.

Enquanto fã do Sepultura, sinto-me extremamente realizado por, finalmente, poder colocar um álbum dos caras no topo da minha lista, desde quando comecei a fazer essas listas, lá pelos idos de 2002. Mas é isso, “Kairos” é um álbum que nasce clássico e foi o meu lançamento preferido no ano de 2011.

Em julho postei aqui no blog uma resenha mais detalhada do álbum - http://emanuel-junior.blogspot.com/2011/07/resenha-kairos-sepultura.html – quem quiser, pode conferi-la. O que vocês lerão no presente texto, será um resumo daquela resenha.

“Kairos” é o melhor álbum do Sepultura desde o Chaos A.D., superando seus antecessores – Dante XXI e A-Lex, que são dois grandes álbuns também.

“Kairos” é um petardo! Depois de muito tempo, o Sepultura voltou a lançar um álbum com aquela pegada mais Thrash Metal, com riffs palhetados, solos de guitarra bem elaborados (no quesito solos, eu diria que se trata, sem a menor dúvida, do melhor trabalho do Andreas desde o Arise), bateria arregaçadora (Jean matou a pau!), vocais furiosos (o melhor trampo do Derrick no Sepultura), e boas linhas de baixo.

Pensado para ser uma retrospectiva dos 27 anos de carreira da banda, “Kairos” é, marcantemente, uma mistura da pegada Thrash Metal do Arise com o Groove do Chaos A.D., mas nos remetendo também a alguns timbres do Beneath the Remains, à percussão e cadência do Roots e a passagens mais sombrias do Dante XXI e A-Lex.

Em julho, eu tinha dificuldade para apontar qual seria a minha música favorita do álbum. Hoje eu posso apontar as minhas favoritas: “Kairos”, “Relentless”, “Mask”, “Seethe”, “Born Strong” e “No One Will Stand”.

Esse foi o álbum que mais escutei em 2011. Se brincar, escutei mais este álbum do que todos os outros juntos. Portanto, não poderia escolher outro para o primeiro lugar que não fosse o “Kairos”.

Unto the Locust – Machine Head


Bendito seja o Sepultura!

Vocês não devem ter entendido, né? Passo a explicar. Desde quando eu vi o clipe da música “From This Day”, há muitos anos, passei a ter preconceito com o Machine Head. Mesmo quando eles lançaram “Through the Ashes of Empires” e “The Blackening”, eu não dei uma chance aos caras. Foi preciso, então, o Sepultura anunciar uma tour sul-americana com o Machine Head e eu decidir que iria ver o show em São Paulo, para eu poder escutar o trabalhos dos americanos.

Então, é graças ao Sepultura que eu passei a conhecer a discografia do Machine Head, incluindo os excelentes “Through the Ashes of Empires” e “The Blackening”.

Quando o “Unto the Locust” foi lançado, eu já sabia o que esperar: mais um grande trabalho da banda que é, sem dúvidas, uma das mais criativas e competentes em todo o cenário do Heavy Metal mundial.

“Unto the Locust” é uma verdadeira obra-prima! Desde as primeiras audições, tornou-se meu álbum preferido do Machine Head.

Pesado, melódico, cadenciado, complexo, épico. A banda consegue, em cada uma de suas longas sete faixas, mostrar como é possível reunir elementos tão díspares em uma única cação, sem torna-la cansativa, e é isso o que torna “Unto the Locust” tão fascinante.

É um álbum extremamente pesado variando entre os riffs matadores e supersônicos do Thrash Metal e passagens mais cadenciadas, marcadas por riffs com grooves sombrios e arrebatadores, uma marca registrada da banda. Ao mesmo tempo, a banda consegue harmonizar tudo isso com melodias bem elaboradas, trazendo passagens mais melódicas e refrões em coros.  Além disso, os solos de guitarra são fantásticos e servem de pontes entre as diversas passagens das músicas.

Destacam-se as performances de Robb Flynn (tanto na guitarra, quanto nos vocais – em nítida evolução, podendo explorar muito mais a sua versatilidade), Phill Demmel nas guitarras (trazendo aqueles duos Thrash Metal dos tempos do Vio-Lence) e Dave McClain (que fez um excelente trabalho na bateria).

“I Am Hell (Sonata in C#)” abre o álbum de forma inusitada, com Robb Flynn cantando em latim à capela (ele que teve aulas de canto, o que se nota de forma positiva logo na abertura), mas que logo dá lugar ao seu vocal gutural acompanhado por riffs demolidores, primeiro com bastante groove, depois passando para um thrash metal matador.

“Be Still and Now” traz clara influência de Iron Maiden, algo que já se notava nos últimos álbuns da banda, principalmente na harmonia incial.

“Unto the Locust” (primeiro single) começa com um dedilhado suave, que depois dá lugar a uma sequência matadora de riffs e groove, sendo, também, marcado por um grande trabalho de Dave McClain. A música ainda varia com trechos mais cadenciados e melódicos, com grande arranjo no refrão, e solos de guitarras épicos, em que Robb Flynn e Phill Demmel fazem um grande duo.

“This is the End” começa com um dedilhado de violão clássico, dando logo passagem para viradas de bateria e riffs palhetados espetaculares, tendo uma pegada quase Death Metal. O refrão é bem melódico e o solo de guitarra é sensacional.

“Darkness Within” é a balada do álbum, ou aquilo que podemos considerar balada para o Machine Head, e apresenta um Robb Flynn maduro nos vocais, plenamente consciente de suas capacidades. “Pearls Before The Swine”  é bem pesada, começa em alta rotação e tem grandes variações de riffs.

Por fim, fechando com chave de ouro, a épica “We Who Are”. A música já começa de forma interessante, com um coral de crianças cantando. Depois entra o vocal gutural de Robb Flynn e a música, mostra-se, mais uma vez, épica, variando com perfeição passagens pesadas e agressivas com partes melódicas, sem falar do refrão “pegajoso” que faz você se imaginar cantando num show deles (pena não terem tocado essa música na tour sul-americana). O dueto nos solos de guitarra também se destaca, vindo pouco antes de a música voltar a uma parte mais cadenciada, com o coral de crianças entrando novamente antes de mais um refrão. E, finalizando, a bateria marca a entrada dos violinos, que dá um tom mais calmo e sombrio à música e à conclusão do álbum.

Em suma, se o “The Blackening” colocou o Machine Head como um dos maiores nomes do Heavy Metal atual, o complexo e extremamente criativo “Unto the Locust” consolida a banda no topo e deixa claro que eles estão aí para ficar por muitos mais anos.

 Worship Music – Anthrax



Foram necessários vinte e um anos para que pudéssemos ouvir, novamente, Joey Belladonna nos vocais de um álbum do Anthrax (o último tinha sido “Persitence of Time”, de 1990). Além disso, foram oito anos de espera por um novo lançamento, de músicas inéditas, por parte do Anthrax, desde “We’ve Come For You All” (o último com John Bush), de 2003.

Sei que é um clichê, mas é deveras pertinente para o caso: a espera valeu muito a pena! E valeu a pena por ambas as condições: “Worship Music” é uma excelente sequência do “Persistence of Time”, é como se o Anthrax tivesse voltado no tempo e, ao invés de ter lançado o “Sound of White Noise” (em 1993, já com John Bush nos vocais), lançasse este petardo que é o “Worship Music”; ao mesmo tempo, e sem ser contraditório, o lançamento de “Worship Music” em 2011 é positivo, pois traz-nos um Anthrax amadurecido, combinando muito bem as características da banda nos anos 80, com aquela pegada Thrash/Speed Metal, com a percepção melódica que obtiveram ao longo dos anos 90.

Para além dos excelentes trabalhos de Scott Ian (verdadeiro “riff master” e grande compositor) e de Rob Caggiano (forma uma grande dupla com Scott Ian; seus solos são muito bons, como em “Fight’Em Till You Can’t”; não esquecendo da produção, que também ficou por conta dele), a volta de Joey Belladonna é o ponto notável. O trabalho de Belladonna em “Worship Music” é fantástico, com sua voz poderosa, inclusive com passagens que nos lembram do saudoso Dio, quase como se se tratasse de um tributo ao mestre que nos deixou.

“Worship Music” nos apresenta um Anthrax mais Thrash Metal, focado na velocidade (característica marcante da banda nos anos 80), mas, principalmente, no peso. Músicas como “The Devil You Know”, “Fight’Em Till You Can’t” (a minha favorita, desde a primeira audição – pesada, rápida, refrão pegajoso e solo espetacular), “I’m Alive”, “The Giant”, “Judas Priest” “The Constant” e “Revolution Screams” (esta ainda tem como “hidden track” um cover de Refused, “New Noise”) merecem destaque (ou seja, quase todas).

Por fim, digo que “Worship Music” não é apenas um dos meus álbuns preferidos do ano, sendo, também, o meu álbum preferido de toda a discografia do Anthrax. Acertaram em cheio!

3rd Round Knockout – Chrome Division



Imaginem a seguinte cena: Lynyrd Skynyrd, Motörhead e AC/DC vão a um bar tomar umas cervejas com Dimmu Borgir, Old Man’s Child, e ainda contam com uma pitada de Heavy Metal tradicional e Thrash Metal no amendoim que serve de tira-gosto.

Imaginaram? Então, é mais ou menos isso que temos no Chrome Division, um “Motörhead malvado” ou um Rock’n Roll extremamente pesado, com elementos que vão desde o Blues Rock ao Metal extremo.

“3rd Round Knockout” é o terceiro álbum do grupo, que conta com Shagrath (vocalista do Dimmu Borgir) na guitarra, Tony White (ex-Old Man’s Child) na bateria, Björn Luna no baixo, Rick Black na guitarra e Shady Blue (vocalista do Susperia) nos vocais. Por sinal, este é o primeiro álbum com Shady Blue, que substituiu Eddie Guz.

A mudança de vocalista, inclusive, é uma característica marcante em “3rd Round Knockout”, pois Shady Blue tem um estilo completamente diferente de Eddie Guz, diria que é mais melódico e menos Rock. Por um lado, a banda perdeu aquele toque mais “canastrão” do vocal à la Lemmy (Motörhead), por outro, ganhou um vocalista mais seguro nas partes melódicas, permitindo uma sonoridade mais próxima ao Southern Rock.

Ao mesmo tempo em que “3rd Round Knockout” é o álbum mais melódico da banda, o peso e agressividade dos riffs se fazem presentes (como em “Zombies & Monsters”), para além do bom humor nas experimentações com o Blues/Country (como em “The Magic Man”).

Extremamente difícil apontar as músicas favoritas deste álbum, mas eu ficaria com “Join the Ride”, “Zombies & Monsters”, “Fight”, “Long Distance Call Girl” e “Satisfy My Soul” (minha preferida, com bons riffs, grande refrão, solo muito bom e letra muito bem humorada). Não posso deixar de fazer menção ao cover de Johnny Cash, “Ghost Riders in the Sky”, muito bom.

The Beginning of Times – Amorphis



Na cena do Heavy Metal mundial várias são as bandas que começaram praticando um estilo e, ao longo da carreira, foram mudando consideravelmente a sua sonoridade. O Amorphis é uma dessas bandas, talvez fazendo jus ao seu nome, derivado de amorfo (sem forma definida), a banda começou a carreira tocando Death Metal e, com o passar dos anos, foi flertando com diversos gêneros musicais, do Doom Metal ao Folk Metal, passando pelo Heavy Metal até o Rock Progressivo.

“The Beginning of Times” é o décimo álbum de estúdio dos finlandeses e o quarto com o vocalista Tomi Joutsen. Curiosamente, a partir do álbum “Eclipse” (de 2006) que marca a entrada de Tomi Joutsen na banda, o Amorphis vem mantendo uma sequência musical, apresentando aos fãs um som marcantemente melancólico, que varia do peso e agressividade a momentos com arranjos mais climáticos e introspectivos.

Do Death Metal Melódico ao Folk Metal e Rock Progressivo, com belos arranjos de teclado e sintetizadores,  “The Beginning of Times” mostra um Amorphis amadurecido, apresentando um álbum sólido, coeso e único.

As composições baseadas nos teclados dão uma atmosfera mais grandiosa às músicas, para além de momentos mais sombrios e introspectivos. As pitadas de Folk apresentam um lado épico às músicas, enquanto que os vocais Death Metal dão um tom mais brutal e agressivo a algumas passagens do álbum.

Destaco “Battle For Light”, “Mermaid” (essa é quase um Pop-Rock, mas de belíssima composição), “You I Need”, “Song of the Sage” (bem Progressiva, claramente influenciada por Jethro Tull), “Three Words” (marcada pelo teclado bem Rock Progressivo, mas com passagem mais brutal, com bons arranjos vocais), “On A Standred Shore” (melancólica e introspectiva; belo duo com o vocal feminino) e “Crack in A Stone” (uma das mais belas composições do álbum, mostrando como a banda consegue, em uma única música, flutuar do Progressivo ao Death Metal, de melodias melancólicas a passagens agressivas, de forma impecável).

Para aqueles que, como eu, gostam dos álbuns mais recentes do Amorphis, “The Beginning of Times”, com suas agradáveis melodias, seus riffs agitados e explosivos, e bons vocais (tanto limpo, quanto gutural/agressivo), é uma ótima pedida.

Aphotic – Novembers Doom



“Aphotic” é o oitavo álbum de estúdio dos mestres do Death/Doom Metal norte-americano, Novembers Doom. E este álbum “desprovido de luz” (afótico) marca, de certa forma, o retorno da banda a uma sonoridade mais soturna e melancólica, após um flerte maior com o Death Metal nos dois últimos lançamentos. “Aphotic” mostra o Novembers Doom de volta ao Death/Doom Metal, ao invés daquele passo em direção ao Novembers Death (desculpem-me pelo trocadilho), como em “The Novella Reservoir” e “Into Night's Requiem Infernal”.

Tal qual em “The Pale Haunt Departure”, em “Aphotic” o Novembers Doom consegue equilibrar com maestria as suas influências de Doom e Death/Doom Metal com a pegada e a agressividade do Death Metal.

Faixas como a belíssima “Buried” (o vocal limpo Paul Khur é emocionante e o solo de guitarra é espetacular), a balada “What Could Have Been” (com participação de Anneke van Giersbergen, ex-The Gathering) e “Six Sides” (com seus riffs à la My Dying Bride) mostram bem a excelente face Death/Doom Metal da banda.

Ao passo que, faixas como “The Dark Host” e “Harvest Scythe” mostram toda a agressividade e pegada Death Metal dos caras.

“Shadow Play” fecha o álbum de forma magnífica, sendo a síntese perfeita à tese (Death/Doom Metal) e antítese (Death Metal) que “conflitam” na banda, mostrando de forma equilibrada essas duas faces marcantes dos norte-americanos.

Harmonizando a melodia melancólica, introspectiva e soturna do Death/Doom Metal com a agressividade e o peso do Death Metal, “Aphotic” é um excelente álbum de Death/Doom Metal.

Surtur Rising – Amon Amarth



Com quase 20 anos de carreira, “Surtur Rising” é o oitavo álbum de estúdio dos suecos do Amon Amarth. Neste novo lançamento, a banda não traz nada de novo à sua sonoridade, ou seja, mantem o grande nível de seu Death Metal Melódico, com passagens épicas.

Contando a história de Surtur, o gigante de fogo da mitologia nórdica, o Amon Amarth apresenta um álbum pesado e agressivo, ao mesmo tempo, melódico e épico. As guitarras se destacam com riffs potentes e solos magníficos; a cozinha mantém o pique acelerado, com o bumbo duplo da bateria comendo solto; e o vocal Johan Hegg é espetacular (diria que é um dos melhores guturais do mundo, na atualidade).

Destaco “War of the Gods” (pesada e épica) “Destroyer of the Universe” (peso, velocidade, agressividade e grande melodia – talvez a melhor música do álbum), “Slaves of Fear” (Death Metal Melódico de primeira qualidade), “Live Without Regrets” (aqui nota-se por que Hegg é um dos melhores do mundo no vocal gutural), “The Last Stand of Frej” (cadenciada, melódica e épica), “For Victory of Death” (rápida e agressiva, com bom solo de guitarra) e “A Beast Am I” (porrada no pé do ouvido!).

A banda disponibilizou, como faixas bônus, três covers, em diferentes versões do álbum - “War Machine” do Kiss, “Balls to the Walls” do Accept, e “Aerials” do System Of A Down. Escutei a versão de “Aerials” do System Of A Down e digo: ficou fantástica! Eu gosto de System Of A Down, porém, impossível não afirmar que a versão de Amon Amarth ficou muito melhor que a original – ganhou em peso, agressividade.

Para quem curte Death Metal e Death Metal Melódico, “Surtur Rising” é um álbum que não pode deixar de ser escutado.

Th1rt3en – Megadeth



Décimo terceiro álbum de estúdio do Megadeth, “Th1rt3en” é o primeiro álbum após o retorno de David Eleffson, que voltou à banda em 2010 (David Ellefson não gravava com a banda desde “The World Needs a Hero”, de 2001, o último álbum do Megadeth antes da “pausa” em 2002).

Podemos dizer que em “Th1rt3en” o Megadeth tenta mesclar elementos dos mais recentes “United Abominations” e “Endgame” com o clássico “Countdwon to Extinction”, muito embora, frise-se, “Th1rt3en” esteja mais próximo, em termos de qualidade, dos seus dois predecessores do que do clássico.

Apesar de estar longe de ser um clássico do Megadeth, “Th1rt3en” é um álbum que traz todos os elementos aos quais os fãs de Dave Mustaine e do Megadeth já estão acostumados. Riffs matadores, solos de guitarra muito bons e excelente cozinha, com o notável e agradável retorno de David Ellefson. É o bom e velho Heavy/Thrash Metal do Megadeth.

“Public Enemy No. 1” é, de longe, a melhor faixa do álbum; é aquela que poderá constar do setlist regular da banda nos próximos anos. Além dessa, destaco “Sudden Death” (que abre muito bem o álbum), “Whose Life (Is It Anyways?)”, “Never Dead”, “New World Order”, “Black Swan” e “Deadly Nightshade”.

A Fragile King – Vallenfyre



“A Fragile King” é o primeiro album do Vallenfyre, projeto idealizado por Gregor Mackintosh (guitarrista e membro-fundador do Paradise Lost) que, ao perder seu pai, resolveu extravasar seus sentimentos compondo músicas mais voltadas para o Death Metal. Contou, logo de início, com a parceria de Hamish Hamilton, guitarrista do My Dying Bride. Gregor Mackintosh além das guitarras, também assume os vocais na banda. Completam o grupo Adrian Elardsson (At The Gates, Paradise Lost, Brujeria) na bateria, Mully na guitarra (sim, são três guitarristas) e Scoot no baixo.

Em “A Fragile King”, Mackintosh e companhia nos apresentam um Death Metal cru, com nítidas influências do Death Metal old-school escandinavo. Em algumas passagens, entretanto, nota-se um quê de Doom Metal, principalmente pela cadência e pela sonoridade sombria e melancólica, remetendo-nos, inclusive aos primórdios Death/Doom Metal do próprio Paradise Lost, como na demo “Frozen Illusion” e nos três primeiros álbuns “Lost Paradise”, “Gothic” e “Shades of God”.

Destaco as músicas “All Will Suffer”, “Ravenous Whore”, “A Thousands Martyrs”, “Seeds”, “My Black Siberia” e “The Grim Irony”.

Embora não traga nada de novo para o cenário do Death Metal, “A Fragile King” é um bom álbum de Death Metal. Além disso, em Vallenfyre descobrimos o excelente vocal gutural de Gregor Mackintosh.

Evinta – My Dying Bride



Em 2010, um dos precursores e maiores ícones do Death/Doom Metal, My Dying Bride, completou 20 anos de carreira. Para celebrar este marco, o vocalista e líder da banda, Aaron Stainthorpe, idealizou um álbum especial e único. Este álbum é o “Evinta”, que deveria ter sido lançado no final de 2010, mas só ganhou vida em maio de 2011.

“Evinta” é um álbum em que Aaron pega melodias já conhecidas do My Dying Bride e dá novos arranjos a elas, juntamente com novas passagens e recitações. Para acompanhar Aaron nos vocais, temos a belíssima voz da soprano francesa Lucie Roche. “Evinta” traz-nos, portanto, o tom soturno e melancólico característico do My Dying Bride em uma versão completamente nova, com seus arranjos sinfônicos e orquestrados.

Para quem é fã de longa data do My Dying Bride, ouvir “Evinta” e reconhecer melodias de “Your River”, “She is the Dark” ou “For You” é um verdadeiro deleite.

Em “Evinta”, o My Dying Bride, através do gênio de Aaron Stainthorpe, mostra-nos toda a beleza e todo o encantamento do soturno. Eu diria que apenas uma banda como o My Drying Bride seria possível de transformar a melancolia em algo tão belo, cativante e emocionante. Escutem “In Your Dark Pavilion”, “Of Lies Bent With Tears” ou “Vanité Triomphante” se quiserem compreender um pouco deste sentimento.

Belíssimo!

Expectativas para 2012

Minha maior expectativa para 2012 é o novo álbum do Moonspell, até agora denominado “A.N.” (segundo a banda, são as iniciais do título). Os portugueses assinaram, recentemente, com a Napalm Records, que será a responsável pela distribuição do álbum, a ser lançado, provavelmente, até abril do próximo ano.

Em abril também teremos o novo álbum do Paradise Lost, “Tragic Idol”, que a banda promete trazer mais influências de Doom Metal e também Metal clássico, além de já ter anunciado que será um pouco mais melódico, porém sem perder o peso do seu antecessor.

Outro álbum que aguardo é o do Kreator. Mille Petrozza afirmou que a banda trabalha em 10 músicas e que será o álbum mais épico dos caras, com influências de Heavy Metal tradicional e, claro, muita dose de Thrash Metal. O Kreator deve entrar em estúdio em janeiro.