Desde o último domingo, dia 01 de junho de 2008, os profissionais dos órgãos de comunicação do Rio de Janeiro e São Paulo, em sua maioria, têm feito uma campanha aberta e descarada contra o Clube Náutico Capibaribe devido ao descontrole de um jogador que cometeu vários crimes e se rehagiu a uma abordagem policial.
O Sr. Bebeto de Freitas não pára de chorar desde então. Tem ido a todos os programas de televisão, em especial de uma certa emissora, fazendo-se de vítima e passando a mão na cabeça de seu atleta transgressor, cujo passado recente não é muito positivo em termos de comportamento e civilidade. Logo o Sr. Bebeto de Freitas, que já está com um processo nas costas, por ter desacatado uma autoridade.
Algumas pessoas, nessa campanha absurda e discriminatória, chegaram a falar que o Náutico não pode receber jogos em casa; pior, que o estado de Pernambuco não tem condições de oferecer segurança aos clubes e torcidas visitantes, devido ao despreparo da Polícia Militar local.
Tudo isto, vejam bem, em um caso em que o Náutico não teve culpa alguma e a PM/PE agiu corretamente na sua função de mantenedora da paz e da ordem, ao usar da força necessária para imobilizar um infrator que desacatou uma policial, resistiu e desobedeceu à ordem de prisão.
Tentaram se fazer de vítimas, tentaram omitir os crimes cometidos pelo jogador. O Sr. Bebeto de Freitas, chorão como já demonstrou ser após a final da Taça Guanabara deste ano, fez-se de vítima também e disse coisas que não correspondem exatamente à realidade.
Mas, pessoal, como a vida é irônica, não é mesmo? Como a natureza encontra os seus meios de mostrar que devemos ter cuidado ao falar dos outros, principalmente quando nosso ego e nossa prepotência nos impede de olharmos para nossos próprios umbigos e nossas deficiências. Ou, pior, quando queremos apontar o dedo aos outros e fazemos de conta, de uma forma hipócrita, que não temos deficiências a serem sanadas.
Pois é, a mãe natureza em sua perfeição ontem deu o troco aos órgãos de comunicação do Rio de Janeiro, aos dirigentes de futebol do Rio de Janeiro e mandou seu recado.
1º Fato:
Polícia Militar do Rio de Janeiro desce o sarrafo na torcida do Boca e usa gás de pimenta para reprimir os torcedores argentinos.
Tudo aquilo que criticaram na Polícia Militar de Pernambuco, sem razão e sem corresponder às verdades dos fatos, a Polícia Militar do Rio de Janeiro cometeu.
- Foi extremamente violenta com torcedores que viajram milhares de quilômetros para verem seu time jogar.
- Usaram gás de pimenta, que é nocivo à saúde, para reprimir os torcedores que já estavam sendo espancados na base do cacetete.
Digam-me uma coisa, dirigentes do Rio de Janeiro, será que a Polícia do Rio é preparada para garantir a segurança dos torcedores visitantes que vão à cidade para assistirem a um jogo do seu time?
Não seria o caso de pedirem a interdição do Maracanã por falta de segurança? E, claro, de impedir que se realizem jogos no estado do Rio de Janeiro, dado ao despreparo da Polícia Militar?
2º Fato:
Torcedor invade o gramado e é contido com uma gravata "mata-leão".
Como é possível um torcedor invadir o gramado de um estádio cuja segurança é exemplar e admirável?
E o tratamento dispensado a este torcedor?! Muito interessante a forma como ele foi contido, com o "mata-leão", um golpe de artes marciais conhecido pela sua força e violência. Pelo próprio nome já se deduz o que ele implica ao golpeado.
Pois bem, vamos a algumas considerações.
- Será que o Maracanã oferece, realmente, segurança aos jogadores?
Imaginemos um torcedor que invada o gramado para protestar, ao invés de comemorar, como ontem.
Certamente, a segurança dos jogadores estaria em risco, não é verdade? Pois é.
- O tratamento dado ao torcedor não foi violento?
Quer dizer que a Polícia Militar de Pernambuco não pode fazer uso da força para imobilizar uma pessoa que acabara de cometer os crimes de desacato, resistência e desobediência, mas no Maracanã um torcedor pode ser imobilizado violentamente após invadir o gramado?
Temo que no Maracanã não haja segurança e estrutura para receber jogos de futebol. Confesso que temo.
E vejam a grande ironia da vida.
Quando o jogador do Botafogo provocou aquele tumulto, o qual poderia gerar uma confusão generalizada, a torcida do Náutico se portou de forma educada e civilizada.
Nenhum torcedor do Náutico invadiu o gramado. Nenhum torcedor do Náutico atirou objetos em direção ao jogador.
Foi um comportamento exemplar.
Mas, mesmo assim, querem impedir que a torcida do Náutico possa assistir aos jogos do seu clube no seu estádio.
Aí, lançam-se as perguntas:
E o Fluminense?
E o Maracanã?
E o Rio de Janeiro?
Não será feito nada a respeito?
Por fim, só mais uma pergunta:
E a imprensa, o que dirá?
É por essas e por outras que não tenho um pingo de orgulho de ser brasileiro. Como diria o outro (há controversias a respeito da autoria), o Brasil não é um país sério.
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