O teu inebriante cheiro permanece no ar. Sinto o teu doce aroma a cada inspiração. Refugio-me em teu aroma encantador, criando um mundo de fantasia(s) nesse processo químico chamado respiração. Mas há algo de diferente. Não troco apenas oxigênio e dióxido de carbono; eu troco esperança e devaneio ao inalar o teu odor sedutor, renovando minhas energias, alimentando-me dos sonhos misturados às lembranças da última vez em que estivemos (fisicamente) juntos.
Olho atentamente para o relógio. Observo fixamente os ponteiros do relógio. É o meu gesto iludido de que posso acelerar a passagem do tempo. A cada vagarosa volta do ponteiro dos segundos eu me desespero. Se os minutos tardam a chegar, como hão de passar as horas?
Quanto tempo mais esperarei para te ver; te ter junto a mim; poder te tocar e abraçar; sentir, enfim, a tua pele sedosa e perfumada encostar-se à minha em um momento de deleite sem igual?
O hoje é tão devagar que tenho a terrível sensação de que o daqui a pouco é, na verdade, um amanhã.
Conto, então, os segundos para te ver. E enquanto o daqui a pouco não se transforma no agora, refugio-me no meu mundo de fantasia(s), movido pelo teu cheiro que mantém o seu fascínio pelo ar...
terça-feira, 16 de março de 2010
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