terça-feira, 21 de abril de 2009

MÉDIAS DO BRASILEIRÃO DE PONTOS CORRIDOS - 2009

Depois de quase um ano de ausência volto a publicar algo no blog. Deixei de fazê-lo por diversos motivos, como falta de tempo e falta de comentários (é sempre ruim você escrever algo, publicar e não ter retorno algum, sequer uma crítica negativa).

Não sei com que frequência vou postar textos por aqui. Porém, tenho a intenção de em breve publicar um texto sobre Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto, que recentemente completou 27 anos à frente do clube. Um reconhecimento a este grande presidente que, a depender da vontade dos adeptos portistas, fica à frente do clube por muitos mais anos.

Além disso, é provável que eu coloque algo relacionado ao meu trabalho sobre as Cotas de TV do campeonato brasileiro, trabalho o qual pretendo (sonho?) transformar em livro (na realidade, ter condições de lançar um livro). Talvez um pequeno artigo possa ser publicado por aqui.

Enfim, passada a introdução, vamos ao assunto de hoje.

AS MÉDIAS DO BRASILEIRÃO, versão 2009.

Tudo começou em 2007, ano em que o Náutico voltou a participar da Série A do campeonato brasileiro. Por curiosidade resolvi fazer o levantamento das médias do campeonato de pontos corridos, como, por exemplo, qual a pontuação mínima e segura para um clube se livrar do rebaixamento?

Ano passado resolvi partilhar estes números com todos. Postei neste blog e no Orkut.

Agora faço apenas a atualização de alguns dados, pequenas alterações nas observações e volto a postar os números para aqueles que, como eu, se interessam pelo assunto.

Só peço que se alguém for usar esses números ou as observações, dêem o devido crédito, citando a fonte.

Para se livrar do rebaixamento:

2003:

50 pontos - 46 jogos - 36,2%

2004:

51 pontos - 46 jogos - 36,9%

2005:

50 pontos - 42 jogos - 39,7%

2006:

40 pontos - 38 jogos - 35,1%

2007:

45 pontos - 38 jogos - 39,5%

2008:

45 pontos – 38 jogos – 39,5%


Média geral dos 6 anos: 37,8%

Para 2009 pela média: +- 43 pontos

Até 2007: 36,975% +- 42 pontos

Até 2008: 37,5% +- 43 pontos

Observações:

Pela média, o clube que atingir os 43 pontos, teoricamente, está livre do rebaixamento. Porém, é bom trabalhar em cima dos 45 pontos, como margem de segurança.

Temos como exemplo o campeonato de 2007 para todos se prevenirem, pela média, até então, com 42 pontos já se salvaria da degola. O Corinthians fez 44 pontos e foi rebaixado. O Goiás se livrou do rebaixamento com 45 pontos.

O campeonato de 2008 também serve de exemplo para os mais precavidos. Pela média, um clube com 43 se livraria do rebaixamento. Porém, o Figueirense com 44 pontos foi rebaixado, o Náutico com os mesmos 44 pontos se livrou pelo saldo de gols.

Apenas mais uns dados a título de curiosidade: os campeonatos de 2005 (39,7%), 2007 e 2008 (ambos 39,5%) foram os mais complicados.

Se desconsiderarmos esses 3 anos, a média dos campeonatos de 2003, 2004 e 2006 é de 36,2%, o que significa algo em torno de 41 pontos.

Com 38 rodadas (a partir de 2006), já tivemos clubes podendo se livrar com apenas 40 pontos (2006) e clubes precisando de mais de 43 pontos (2007 e 2008). Pela média destes 3 campeonatos, um time precisaria de um aproveitamento de 38%, ou seja, arredondando para cima, 44 pontos.

Portanto, não custa nada ser mais prudente e trabalhar com o número mais alto. Diante da média geral de 43 pontos e dos últimos 3 anos (com 38 rodadas) de 44 pontos, o clube somente deverá se sentir seguro ao chegar aos 45 pontos.

Para chegar à Sul-americana:

2003:

65 pontos - 46 jogos - 47,1%

2004:

67 pontos - 46 jogos - 48,55%

2005:

58 pontos - 42 jogos - 46%

2006:

48 pontos - 38 jogos - 42,1%

2007:

54 pontos - 38 jogos - 47,4%

2008:

45 pontos – 38 jogos – 39,5%


Média geral dos 6 anos: 45,1%

Para 2009 pela média: +- 51 pontos

Até 2007: 46% +- 52 pontos

Até 2008: 46,3% +- 53 pontos

12º lugar nos campeonatos de 2006 a 2008: Média de 44,7% = +- 51 pontos

Observações:

Vão à Copa Sul-americana 5º ao 12º colocados.

Pela média, o clube que atingir 51 pontos, teoricamente, garante vaga na Copa Sul-americana. Porém, é bom trabalhar em cima dos 54 pontos, como margem de segurança.

Em 2006 (campeonato com 38 rodadas como o de 2009), o Botafogo ficou em 12º lugar com 51 pontos. Em 2008, o 12º foi o Atlético-MG, com 48 pontos.

Em 2007 (também 38 rodadas), por sua vez, o Atlético-PR, 12º colocado, fez 54 pontos.

Ressalva-se que o 13º colocado pode vir a garantir lugar na competição, desde que o campeão da Copa do Brasil seja da Série A e fique entre os 12 primeiros colocados.

Entretanto, como já dissemos, estamos trabalhando com uma margem de segurança, então é prudente guiar-se pelos 54 pontos.

Para chegar à Libertadores:

2003:

74 pontos - 46 jogos - 53,6%

2004:

79 pontos - 46 jogos - 57,24%

2005:

70 pontos - 42 jogos - 55,5%

2006:

64 pontos (4º colocado) - 38 jogos - 56,14%

2007:

61 pontos (4º colocado) - 38 jogos - 53,5%

2008:

65 pontos (4º colocado) – 38 jogos – 57%

Média geral dos 6 anos: 55,5%

Para 2009 pela média: +- 63 pontos

Até 2007: 55,62% +- 63 pontos

Até 2008: 55,2% +- 63 pontos

Observações:

Pela média, o clube que atingir 63 pontos, teoricamente, garante vaga na Libertadores.

O campeonato de 2007 teve a média mais baixa de todos os campeonatos de pontos corridos, 0,1% mais baixa do que a de 2003 (primeiro ano dos pontos corridos, quando o Cruzeiro monopolizou o Brasileirão).

Três fatores, entretanto precisam de ser levados em consideração quando analisamos os números referentes à Taça Libertadores, a saber:

1. Possibilidade do campeão da Libertadores 2009 ser um clube brasileiro.

São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro e Sport estão na briga pelo título da Libertadores no momento. Se um deles se sagrar campeão continental, garantirá vaga automática na edição do ano seguinte. Vamos supor que o São Paulo conquiste o tetracampeonato da Libertadores, assim sendo terá vaga na Libertadores 2010; se o tricolor paulista ficar entre os 4 primeiros do Brasileirão, abrir-se-á mais uma vaga no campeonato nacional, ou seja, o 5º colocado terá acesso ao torneio continental.

2. Possibilidade do campeão da Copa do Brasil 2009 se classificar entre os 4 primeiros do Brasileirão.

O campeão da Copa do Brasil tem vaga na Libertadores. Se o clube conquistar a Copa do Brasil e ficar entre os 4 primeiros do Brasileirão, haverá mais uma vaga no campeonato brasileiro, logo o 5º colocado se classificaria. Por exemplo, o Internacional pode conquistar o bicampeonato da Copa do Brasil, garantindo-se na Libertadores, e ficar entre os 4 do Brasileirão, neste caso o 5º colocado ficaria com a última vaga.

3. Campeões da Copa do Brasil e Libertadores 2009 ficarem entre os 4 primeiros.

Nessa situação, inédita até o presente, surgiriam mais duas vagas no Brasileirão, no caso para o 5º e o 6º colocados. A priori pode-se imaginar improvável, mas é possível que, por exemplo, o São Paulo seja tetracampeão da Libertadores e o Internacional bicampeão da Copa do Brasil e ambos fiquem entre os 4 primeiros no Brasileirão, posto que são apontados como dois favoritos no campeonato brasileiro 2009.

Em 2006 e 2007, aconteceu de o 5º classificado ter acesso à Libertadores.

Em 2006, o Internacional, campeão da Libertadores, foi o vice-campeão brasileiro e possibilitou que o 5º classificado Paraná pudesse disputar a pré-eliminatória da Libertadores.

Em 2007, por sua vez, o Fluminense, campeão da Copa do Brasil, classificou-se em 4º lugar no Brasleirão, permitindo ao 5º colocado, o Cruzeiro, disputar a pré-eliminatória da Libertadores.

Contudo, trabalhamos com a média para o 4º lugar, mesmo sabendo que existe a possibilidade de se classificar para a Taça Libertadores da América com pontuação abaixo da média, fato que ocorreu, por sinal, por dois anos seguidos muito recentemente, pelos motivos acima expostos.

Trabalhando com a média do 4º colocado, e calcado na margem de segurança, é prudente se orientar pelos 64 pontos, pois em 2006 o 4º colocado (Santos) fez exatos 64 pontos e em 2008 o Palmeiras chegou aos 65 pontos e garantiu a última vaga, enquanto que o Flamengo fez 64 pontos, ficando na 5ª posição e, conseqüentemente, de fora da Libertadores.

Portanto, sendo precavido: 64 pontos.

Média de pontos dos CAMPEÕES:

2003:

100 pontos - 46 jogos - 72,4%

2004:

89 pontos - 46 jogos - 64,5%

2005:

81 pontos - 42 jogos - 64,28%

2006:

78 pontos - 38 jogos - 68,42%

2007:

77 pontos - 38 jogos - 67,5%

2008:

75 pontos – 38 jogos – 65,8%

Média geral dos 6 anos: 67,15%

Para 2009 pela média: +- 76 pontos

Até 2007: 67,4% 77 pontos

Até 2008: 67,4% 77 pontos

Observações:

Pela média, para se sagrar campeão o clube tem que mirar todos os seus alvos em 76 pontos, ou seja, um aproveitamento de 67,15%.

Porém, essa estatística não é tão precisa, pois a pontuação mínima para se sagrar campeão depende muito mais do nível de equilíbrio (ou desequilíbrio) do campeonato.

Em 2003 o Cruzeiro dos 100 pontos sobrou à frente de todos os outros e terminou o campeonato 13 pontos à frente do Santos, vice-campeão. 2003 registra a média de aproveitamento mais alta de um campeão: 72,4%.

Em 2004 houve um certo equilíbrio, três clubes terminaram separados por apenas 7 pontos de diferença. O campeão Santos fez 89 pontos, contra 86 do vice Atlético-PR e 82 do 3º São Paulo. 2004 registra a segunda média de aproveitamento mais baixa de um campeão: 64,5%, fruto, evidente, do equilíbrio.

O campeonato de 2005 ficou marcado por duas palhaçadas extra-campo, onde o grande palhaço foi o torcedor brasileiro: o caso Edílson e o “erro” do árbitro no decisivo jogo Corinthians x Internacional. Beneficiado (coincidência, acaso ou sorte?) tanto pelo “caso Edílson”, quanto pelo “erro” do árbitro, o Corinthians, injustamente, ficou com o título em detrimento do Internacional. Os paulistas conquistaram 81 pontos, os gaúchos 78. 2005, não à toa, registra a média mais baixa de um campeão: 64,28%.

Os campeonatos de 2006 e 2007 foram muito parecidos. Bipolarizados até certo ponto da competição, para, já nas rodadas finais o São Paulo se desgarrar e rumar firme em direção ao título.

Em 2006, os são-paulinos obtiveram 68,42% de aproveitamento, com 78 pontos, 9 a mais que o vice-campeão Internacional.

Em 2007, por sua vez, foram 67,5% de aproveitamento, 77 pontos. Embora com um ponto a menos do que em 2006, os tricolores tiveram uma folga muito maior, foram 15 pontos de avanço ante o vice-campeão Santos.

Em 2008 houve um grande equilíbrio durante boa parte da competição. A dada altura 5 clubes possuíam chances de chegar ao título. À medida em que o campeonato de aproximava do fim, a disputa foi se afunilando até ficar bipolarizada entre São Paulo e Grêmio. O título foi decidido apenas na última rodada e o São Paulo levantou o seu 6º título brasileiro, o primeiro tricampeão nacional, com 75 pontos (65,8%). O vice-campeão Grêmio fez 72 pontos.

Ficam aí os números e observações. Acredito que seja útil, de alguma forma, para quem gosta de futebol.

PS. Vai sem imagem para ilustrar devido a problemas na edição do texto. Sempre que coloco uma imagem o texto fica completamente distorcido. Como não sou bom nessas coisas, é melhor ir assim, sem imagens (o que eu lamento).