quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Novidades sobre o Sepultura e o álbum solo de Andreas Kisser


Ontem ocorreu o Oi Blues By Night, que contou com a participação de Andreas Kisser e o multi-instrumentista Vasco Faé. Após o show eu troquei algumas idéias com o Andreas a respeito de alguns assuntos relacionados ao Sepultura e ao seu álbum solo. Para quem tem acompanhado as últimas entrevistas do Andreas, não tem muita novidade, apenas confirmações daquilo que ele tem dito, para quem está por fora, fica agora sabendo um pouco mais.

Novo álbum do Sepultura:

- Os caras tão com algumas idéias para o novo álbum, mas nada concreto em termos de músicas. Andreas disse que eles vão começar a compor o álbum este ano para em janeiro/fevereiro entrarem em estúdio. Sobre o direcionamento lírico, ele disse q ainda tb n sabe como será, a idéia do livro A Laranja Mecânica ainda pode ser usada, embora Andreas n dê certeza.

Álbum solo:

- Segundo ele, 80% do álbum está gravado. Faltam algumas vozes, baixos, umas guitarras e violões. A intenção dele é terminar tudo em 2007 para que o Hubris seja lançado no 1º semestre de 2008.

Reunion com os Cavalera:

- Não há a menor possibilidade disto ocorrer nos próximos tempos. Lamento pelas viúvas, mas Andreas e todo o Sepultura estão muito contentes com o atual momento da banda, principalmente depois da fantástica tour pela Europa. Andreas disse que a banda está super-entrosada, com um clima excelente e as coisas estão fluindo muitíssimo bem. Isto será muito bom para comporem o novo álbum, segundo ele. Esta estória de Max ficar falando sobre reunião já encheu o saco, pq tira o foco da mídia e dos fãs, ao invés de se preocuparem em saber como será o novo álbum e quando será a nova tour, ficam se perguntando se haverá ou não a volta dos Cavalera ao Sepultura. Isso não irá acontecer, não dêem ouvidos às especulações e aos boatos.

Em breve postarei um pequeno relato do show de ontem, com links para fotos e alguns vídeos. Aguardem.

domingo, 26 de agosto de 2007

Dante XXI - Sepultura


Hoje vou postar a resenha que fiz do álbum Dante XXI, do Sepultura. Fica aí a dica para todos.

Desde quando foi anunciado que o novo álbum do Sepultura seria baseado no livro “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, fiquei com esperança de que viria algo mais pesado e mais direto e ao mesmo tempo mais obscuro. O fato de trabalharem em parceria com o André Moraes (com quem a banda trabalhara em trilhas sonoras de filmes) também alimentava as expectativas. Toda a idéia de utilizar instrumentos de orquestra parecia muito interessante.

Dante XXI não é um retorno ao Thrash Metal. Quem estiver à espera disso, pode desistir. Quem tem implicância e preconceito com a atual fase da banda, ou simplesmente não curte o vocal do Derrick, também é bom desistir.

Afirmo, com toda a certeza, que se trata de um dos cinco melhores álbuns da banda. É o melhor desde o Chaos A.D., o melhor da “era Derrick”. A banda mais uma vez inova seu som, busca algo diferente, as músicas têm, realmente, uma sonoridade mais sombria, um clima mais obscuro. Enquanto que, concomitantemente, há uma volta do peso, das guitarras mais agressivas, dos riffs mais palhetados e o vocal do Derrick mais ríspido, algumas passagens remetem aos velhos tempos do Thrash Metal. A bateria do Igor está boa, nada excepcional, porém bem adequada às músicas. As letras estão espetaculares, trazem uma inteligente adaptação da obra clássica de Alighieri aos dias atuais, abordando os problemas sociais e políticos no século XXI, as guerras e as mazelas da humanidade. Bem na linha contestadora que o Sepultura já nos acostumou.

Assim como no livro, o disco é dividido em três partes. A primeira, o Inferno, conta com uma intro e cinco músicas. É a parte mais agressiva, mais direta, onde se nota uma pegada mais Thrash da banda. As músicas são mais pesadas e agressivas. A segunda é o Purgatório, que conta com mais cinco músicas e duas intros. Nesta seção, encontram-se as composições mais trabalhadas, mais inovadoras. Entram os instrumentos de orquestra, como trompa, trompetes, piano, violino e violoncelo, que dão uma cara diferente e se encaixam perfeitamente no estilo que o Sepultura se propôs a fazer e na idéia que gira em torno do álbum. O Paraíso é a última parte, além de uma intro, tem apenas uma música instrumental (“Still Flame”). Uma composição bem diferente de tudo o que o Sepultura já havia feito anteriormente, vários instrumentos inusitados para o estilo da banda, fecha o álbum com maestria.

As faixas que mais se destacam são “Convicted in Life” (primeiro single, contando com um vídeo-clipe fantástico), “City of Dis”, “False”, “Ostia”, “Buried Words”, “Nuclear Seven” e “Crown and Miter”. Mas a que chama mais atenção, na minha opinião, é “Ostia”. Uma bela composição, podendo ser considerada uma síntese de todo o álbum, pesada, sombria, épica e muito bem harmonizada com os instrumentos de orquestra. A parte do solo de violoncelo com um piano ao fundo é emocionante, o ponto mais marcante de todo o disco.

Dante XXI mostra a todo mundo que o Sepultura está vivo e ativo. Demonstra uma banda criativa e inspirada. É, indubitavelmente, um grande álbum.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Al Jazeera

O primeiro texto que irei publicar se trata de uma adaptação de um trabalho que fiz para a faculdade. Esta adaptação foi feita para ser publicada no www.novometal.com e, portanto, algumas pessoas já o conhecem.

A partir de 11 de setembro de 2001 a opinião pública ocidental passou a tomar conhecimento a respeito de uma tal de Al Jazeera. Depois dos atentados nos EUA, essa rede de TV árabe passou a ter destaque em todo o planeta, por ser um porta-voz do mundo árabe e por transmitir, sem censuras ou filtros, a (dura) realidade daquele povo. Nesta matéria vocês irão conhecer um pouco mais a respeito desta empresa, como e quando surgiu, qual a sua irmportância e qual o perfil de sua audiência.

O que é a Al Jazeera

Canal árabe de notícias lançado em novembro de 1996. Tem como principal missão transmitir a notícia da forma como ela é vista, como os fatos realmente acontecem. Al Jazeera significa “península” ou “ilha” em árabe, este nome tem um significado muito interessante, uma vez que o canal possui ampla liberdade de expressão, mesmo se encontrando em uma região onde a censura à imprensa é intensa. Ela seria, então, uma pequena ilha de liberdade de imprensa cercada por um enorme mar de censura e repressão. A Al Jazeera retrata os fatos e acontecimentos do mundo árabe com uma visão própria e bem diferente daquela massificada pelos meios de comunicação ocidentais.

Desde o seu primeiro momento a Al Jazeera se propôs a mostrar ao mundo árabe aquilo que acontece no mundo árabe. Por conta de seu posicionamento contestador, que não se submete aos filtros ocidentais, o canal de notícias passou a ser referência mundial, ganhou destaque e o respeito dos governantes ocidentais, e, evidentemente, passou a ser alvo de críticas e insatisfações por parte dos governos, principalmente, dos EUA e Israel.

As duas últimas invasões estadunidenses a países islâmicos deram grande destaque a Al Jazeera. Enquanto os canais CNN e FOX passavam pelo filtro do governo dos EUA antes de transmitirem qualquer notícia ou imagem da guerra (no Afeganistão e no Iraque), a Al Jazeera estava lá, veiculando o sofrimento do povo, a destruição das cidades, os ataques a alvos civis, os corpos de crianças mutiladas por bombas, etc..

A empresa possui 30 escritórios e dezenas de correspondentes espalhados ao redor do mundo. Os seus correspondentes abrem uma nova perspectiva para o mundo das notícias, ao noticiarem os fatos de forma mais independente e fora do controle das censuras.

Em 2001 foi criado o sítio aljazeera.net (em árabe) e naquele ano chegou ao topo da mídia árabe. Já em 2002 o sítio recebeu mais de 161 milhões de visitas. Em 2006 foi lançada a versão na língua inglesa do aljazeera.net.

A importância da Al Jazeera

Diante de um cenário dominado e controlado por um pequeno grupo de empresas, cujo principal objetivo não é transmitir a verdade, mas sim os interesses de governos e dos anunciantes, a Al Jazeera exerce um papel extremamente importante para todos aqueles que se preocupam com a verdade e andam à procura de respostas mais próximas à realidade dos fatos.

É fundamental a existência de um canal como a Al Jazeera, primeiramente para os árabes, que têm a possibilidade de assistirem a um canal que fala diretamente para eles e se preocupa verdadeiramente com eles; segundo para todos aqueles que defendem, honestamente, a liberdade de imprensa e a liberdade de opinião e se recusam a aceitar um mundo moldado sob os interesses espúrios de um “seleto” grupo que tenta controlar todas as esferas da civilização, a fim de manter sob seu controle a opinião pública e formar um consenso a seu favor.

O Perfil da Audiência*

Cerca de 40 milhões de pessoas assistem a Al Jazeera. A maioria se encontra no mundo islâmico, porém há também os árabes que assistem nos EUA, através de TV por satélite.

Idade e Sexo

15-29 anos: masculino 25% / feminino 13%
30-39 anos: masculino 20% / feminino 10%
Acima de 40 anos: masculino 21% / feminino 11%

Área

Rural: 6%
Suburbana: 27%
Urbana: 67%

Formação Escolar

Primária: 34%
Secundária: 37%
Universitária e acima: 29%

Religião

Muçulmana: 96%
Cristã: 2.4%
Judaica: 0.2%

*Fonte: http://www.allied-media.com/aljazeera/JAZdemog.html

Podemos, em resumo, dizer que a audiência da Al Jazeera é majoritariamente masculina (66%) e abaixo dos 40 anos de idade (68%); tem sua inserção concentrada nas áreas urbanas e suburbanas (94%); no tocante à formação escolar a maioria se constitui por não universitários (71%); e, o dado mais óbvio, 96% da audiência é muçulmana. Por fim, não se pode ignorar um dado importante: 44% da audiência é feminina, o que chega a ser surpreendente se levarmos em consideração as restrições que existem às mulheres na cultura islâmica.

Pontapé inicial

Mais novo blog. O antigo descansará em paz. Alguns textos que lá foram postados aqui poderão ser revistos algum dia. Neste novo blog postaremos textos de diversos temas, com diversas abordagens. Poderemos falar de música (shows, cds, dvds, etc.), política, esportes, poesia... Enfim, de tudo um pouco ou do todo o nada, a depender da vossa impressão e opinião, claro.

Espero que gostem e comentem.

Abraços a todos.